A Petrobras acertou a venda das duas refinarias que possui na Bolívia para a estatal boliviana YPFB por 112 milhões de dólares, informou nesta quinta-feira o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau.
"Chegamos a um entendimento entre Brasil e Bolívia", afirmou o ministro. Ele informou que a Petrobras sugeriu o preço, aceito pelo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas.
"Foi um negócio justo, foi um preço justo que as duas partes aceitaram", afirmou.
O ministro disse que "está proposto" que metade do valor seja pago no ato do fechamento do contrato de venda, com data ainda indefinida. A outra metade seria paga em até dois meses. Rondeau disse que os dois governos ainda discutem se parte do acerto será feita em gás.
"Uma das hipóteses que foi sugerida inclusive é que o pagamento fosse (feito) em gás", afirmou. "É um produto que nos interessa e nós temos aí uma boa garantia."
O Brasil importa atualmente 30 milhões de metros cúbicos de gás natural boliviano. A decisão de venda das refinarias da Petrobras para a YPFB foi tomada depois que o governo boliviano nacionalizou o setor de hidrocarbonetos e impediu exportações pelas duas unidades da estatal brasileira.
A Petrobras é o maior investidor estrangeiro na Bolívia, país que tem uma das maiores reservas de gás do mundo. Adquiridas por 102 milhões de dólares pela Petrobras em 1999, elas processam, ao todo, 40 mil barris diários, segundo a estatal. A empresa não divulga o lucro das refinarias.
Presidentes
O presidente da Bolívia, Evo Morales, havia dito horas mais cedo que a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas negociações foi fundamental para um final feliz.
Segundo o ministro, no entanto, Lula não teve influência no valores da negociação. "O presidente Lula não entrou na questão de preço. Desde o início, o presidente sempre apoiou a posição da Petrobras", afirmou Rondeau.
Segundo a imprensa boliviana, a nacionalização decretada no domingo representaria o ingresso diário de 200 mil dólares para o país.