Papa Francisco confirmou o desejo de ir ao Sudão do Sul
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco espera poder visitar o Sudão do Sul num futuro próximo. Ele mesmo confirmou a informação, nesta quinta-feira, 11, no discurso de conclusão de dois dias de retiro espiritual para a paz que trouxe ao Vaticano autoridades civis e eclesiásticas do Sudão do Sul.
“Confirmo o meu desejo e a minha esperança de poder ir ao vosso amado país num futuro próximo, com a graça de Deus, junto com os meus queridos irmãos aqui presentes”: entre eles, o arcebispo de Cantuária, Welby.
O Papa Francisco exortou os líderes políticos do Sudão do Sul a cumprirem o compromisso de paz que assinaram no ano passado, rezando com eles hoje após dois dias de um retiro espiritual sem precedentes no Vaticano. E acrescentou improvisando:
“A vocês três que assinaram o Acordo de Paz, peço-lhes, como irmão, que permaneçam na paz. Peco-lhes com o coração. Vamos seguir em frente. Haverá muitos problemas, mas não tenham medo, vão em frente, resolvam os problemas. Vocês iniciaram um processo: que termine bem. Haverá lutas entre vocês dois, sim. Que elas ocorram dentro do escritório; diante do povo, as mãos unidas. Assim, de simples cidadãos, vocês se tornarão Pais da Nação. Permitam-me pedir isso com o coração, com os meus sentimentos mais profundos”, disse o Papa.
No final de seu discurso de encerramento do retiro espiritual o Papa Francisco inclinou-se para beijar os pés dos líderes do país reunidos para a iniciativa de paz. O Papa beijou os pés do presidente da República Salva Kiir Mayardit e dos vice-presidentes-designados presentes, entre os quais Riek Machar e Rebecca Nyandeng De Mabior.
No final do encontro os participantes receberam uma Bíblia assinada por Francisco, pelo arcebispo de Cantuária e pelo reverendo John Chalmers da Igreja Presbiteriana da Escócia, com a mensagem “Buscai o que une, superai o que divide”, e o Papa deu-lhes a sua bênção.
O Sudão do Sul, com uma população maioritariamente cristã, obteve a sua independência ao separar-se do Norte árabe e muçulmano em 2011, mas no final de 2013 mergulhou num conflito civil causado pela rivalidade entre o presidente, Salva Kiir, e o seu então vice-presidente, Riek Machar.
Em setembro último, assinaram um acordo de paz em Adis Abeba, mas o confronto já tinha causado quatro milhões de deslocados e uma grave crise humanitária.