Cidadania e cultura de paz

"Pela educação você forma um cidadão", declara cientista político

A construção da cidadania e, portanto, a formação de uma sociedade de paz é efetivada pela educação e pode ser realizada através de diversos métodos ou recursos, como a escola, organizações não governamentais, associações comunitárias e também através da Igreja, é o que o cientista político Maurício Cardoso do Rego, defende nesta entrevista.

noticias.cancaonova.com – De quem é a responsabilidade da segurança pública?

Maurício Cardoso – A segurança pública é essencialmente de responsabilidade do Estado. Isso por uma questão muito simples: na formação dos estados nacionais, a violência é uma prerrogativa do estado, não só na sua contenção, mas também na sua execução.

noticias.cancaonova.com Quem são aqueles que trabalham pela segurança?

Maurício Cardoso – A sociedade, de um modo geral, é co-responsável pelo processo de segurança. Na medida em que o cidadão tem as garantias de sobrevivência e sociais, ele acaba correspondendo a essa prerrogativa do Estado, no sentido de respeito às leis e na cobrança dessas responsabilidades legais. Portanto, ele é co-participante do processo de segurança.

noticias.cancaonova.com O papel então do Estado também seria o de gerenciar essa participação da sociedade no processo de segurança?

Maurício Cardoso – O Estado tem outros mecanismos para poder conscientizar a sua população da necessidade de segurança pública. E o principal mecanismo é a educação. Então, pela educação você forma um cidadão, fora da educação existem outros mecanismos também, como por exemplo, a mídia e diversos tipos de metodologias que, a todo tempo, trazem como objeto de mensagem o fato de que a população deve manter, preservar e assegurar esse bem estar através da não violência.

noticias.cancaonova.com Quais seriam as causas da violência?

Maurício Cardoso – O Estado moderno contemporâneo é muito grande, muito extenso, e não consegue se fazer presente em todas as situações do cotidiano. Onde você tem ausência do Estado, prevalecem formas sui generis de respostas, que são muitas vezes inadequadas. É o caso, por exemplo, do narcotráfico, das milícias e da segurança privada, que de maneira nenhuma colaboram para que essa tranqüilidade ou paz social possam ser concretizadas a nível nacional. Uma das discussões essenciais que se deve fazer agora é sobre o papel desses segmentos sociais dentro da constituição do estado brasileiro e da segurança nacional. Uma vez discutidas essas relações, poderíamos chegar a um Estado ideal, que é o Estado de harmonia social, paz e tranqüilidade. 

noticias.cancaonova.com E quais seriam os meios para o aperfeiçoamento da segurança pública e diminuir a violência?

Maurício Cardoso – No Brasil, infelizmente, essa discussão é muito superficial, ela não consegue chegar à essência do processo de pertencimento da pessoa com relação ao Estado. Uma outra alternativa possível é o engajamento das entidades da sociedade civil, como a Igreja Católica que agora, como tema da CF tem colocado a segurança pública como discussão. Então, em todo país e em outros também essa discussão será a pauta do dia. Então, se o fiel, que vai à Igreja para a satisfação da sua espiritualidade, for bem encaminhado pelo sacerdote, pelo diácono sobre essa necessidade de pertencimento e a mensagem for bem escutada, a Igreja estará fazendo o papel dela. Assim, como a Igreja Católica, há também a OAB, os sindicatos e as associações, e todos devem se comprometer com essa discussão.

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