Dom insubstituível

Paz começa no coração, afirmará o Papa no Dia Mundial da Paz

"A paz começa em nosso coração e apenas pode ser levada ao próximo quando somos reconciliados com Deus e com os irmãos". Essa é a reflexão a ser exposta pelo Papa Bento XVI nesta sexta-feira, 1º de janeiro, na celebração do Dia Mundial da Paz.

A data liga a divina maternidade de Maria "aos dons insubstituíveis da paz e da reconciliação para um mundo ferido por conflitos e pelo egoísmo", explica o presidente emérito do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Cardeal Renato Raffaele Martino.

Essa ânsia pela paz será evidenciada pela presença de crianças e adultos libaneses na Missa, que apresentarão as ofertas e lerão as intenções de oração dos fiéis. Essa oração será feita em diferentes línguas, do espanhol ao chinês, do polonês ao alemão.

Entre as intenções de oração, também um pensamento especial para os líderes de povos e nações, "para que, iluminados pela luz de Belém, busquem o dom da paz em um mundo ferido, protejam a vida e a família e promovam a responsabilidade para com os dons da criação", complementa o Cardeal.

O tema escolhido pelo Papa para o Dia Mundial da Paz está centrado na defesa da criação, na dimensão "ecológica" que se centra na paz.

A Rádio Vaticano entrevistou o prelado italiano, que fala sobre a temática da celebração do primeiro dia de 2010.

Cardeal Martino – A paz, sabemos todos nós, cristãos, é um dom que Deus nos dá, mas é um dom que exige a nossa responsabilidade, porque temos de cultivar a paz. Este ano, o Papa nos dá uma sugestão muito bela, porque nos coloca no ambiente em que vivemos, que nós cristãos chamamos de "Criação". Assim, a Criação é um dom de Deus para todos, é um dom que devemos sim usar, mas do qual não devemos abusar. Nós somos administradores daquilo que o Senhor nos dá e devemos lembrar que isso deve ser transmitido às gerações futuras, e isso é importante. Infelizmente, se vemos o abuso, a destruição que muitas vezes leva a mão do homem sobre a Criação, o ambiente, devemos dizer que esta responsabilidade não é administradada conscientemente.
 
Rádio Vaticano – As falhas com respeito à Criação podem hoje ser ocasião de guerra, de confronto entre países, entre os homens?

Cardeal Martino – Claro, nós vemos que, quando se faz uma utilização indevida de recursos naturais, isso pode ser e é uma causa de conflito. Quantas agências governamentais e não-estatais fazem de tudo para se apropriar dos recursos de países pobres. Isso é um uso impróprio e não respeitoso do direito de todos.

Rádio Vaticano – O Criado, no entanto, parece quase revelar-se ao homem. É o caso, por exemplo, da Toscana (região italiana), que hoje luta contra uma inundação severa entre Pisa e Viareggio. Houve muitas outras situações como esta neste ano…

Cardeal Martino – O Papa, em sua mensagem para o Dia Mundial da Paz, chama-nos a mudar estilos de vida. Isto significa dizer que os estilos que adotamos e temos exercido até agora são irresponsáveis, não permitem o respeito à Criação, ao ambiente e, claro, se temos que mudar este estilo de vida, também temos de ensiná-lo às novas e futuras gerações. Assim, deve-se dar acento ao papel da família para educar as crianças no respeito ao meio ambiente.

Rádio Vaticano – O respeito do ambiente passa pela ecologia…

Cardeal Martino – Um respeito não apenas formal, mas prático, de modo que se traduza nas leis adotadas em cada país para regular o uso dos recursos naturais. É importante que todos os cidadãos sigam-nas. Não devemos deixar as decisões apenas aos políticos. A doutrina social da Igreja ensina que o cristão não é chamado a votar apenas no dia da eleição, mas deve viver os ensinamentos sociais da Igreja na vida cotidiana.

.: Leia a Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz

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