Constantinopla

Patriarca ortodoxo dá boas-vindas ao livro do Papa sobre Jesus

Expressando seu desejo de que o livro do Santo Padre, “Jesus de Nazaré”, facilite o diálogo teológico entre as Igrejas cristãs, o Patriarca ecumênico (ortodoxo) de Constantinopla dá as boas-vindas à publicação do volume de Joseph Ratzinger-Bento XVI.

Bartolomeu I acompanha com uma carta, escrita na páscoa passada (cuja celebração este ano coincidiu para ortodoxos e católicos), a publicação da versão grega do primeiro livro do Papa Joseph Ratzinger. Atanasio Psicoghios, conselheiro diretivo de “Edições Psicoghios”, é o destinatário da carta.

“O centro do cristianismo é plenamente evidente que é a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo, e que as diferentes percepções acerca de sua pessoa provocaram a maior parte das divergências e divisões entre cristãos”, aponta Bartolomeu I em sua carta. Mas esta pessoa não se conhece suficientemente, ou mais verdadeiramente, por meio de estudos acadêmicos, mas se requer uma relação pessoal que pressupõe uma relação de amor, mas um amor não limitado a um simples sentimento.

É necessário que a razão entre no coração, sintetiza o patriarca ecumênico; que haja um desenvolvimento harmônico entre o sentimento e a razão do homem. Isso levará ao desenvolvimento equilibrado, com a Graça de Deus, também da vontade, de forma que o homem de Deus seja completo e íntegro, e o culto a Cristo seja autêntico, espiritual e voluntário, com sentimento, sim, mas não só sentimental.

Por isso, aguardamos com grande e ardente interesse o esperadíssimo livro titulado ‘Jesus de Nazaré’, do amabilíssimo irmão em Cristo, o Santíssimo Papa de Roma, Bento XVI, cabeça da venerada Igreja Romano-Católica, conhecido por sua competência científica, mas também por seu amor à pessoa de Cristo, a quem consagrou toda sua vida.

E desejamos ver neste livro as concepções que se aproximam das de nossa Igreja Ortodoxa, de modo que possa assim facilitar-se o diálogo teológico entre nossas Igrejas e possa surgir a esperança de uma superação definitiva da secular divisão que existe lamentavelmente até hoje, e que suas duas Igrejas e seus fiéis se unam não só na caridade, mas também na fé e nos sacramentos.

Com estas expectativas, damos as boas-vindas à presente iniciativa, desde a sede de nossa Santíssima Igreja de Constantinopla, e imploramos sobre os editores e sobre os que se aproximam desta edição a Graça e a imensa Misericórdia do Senhor Jesus Cristo Ressuscitado dentre os mortos e Deus e Salvador Nosso.”

Apresentado oficialmente em 13 de abril e lançado à venda três dias depois, o livro de Joseph Ratzinger “Jesus de Nazaré” não é um documento do magistério papal, como o próprio pontífice explica; o que pretende é favorecer no leitor o crescimento de uma relação viva com Jesus de Nazaré.

Roma e Constantinopla, ponto de referência espiritual para aproximadamente 300 milhões de ortodoxos, consumaram sua separação com o grande cisma do ano 1054.

Após mais de 900 anos de afastamento, ortodoxos e católicos imprimiram uma mudança decisiva às suas relações em 1965, quando o Papa Paulo VI e o patriarca ecumênico Atenágoras suprimiram da memória da Igreja as dramáticas excomunhões.

Em Istambul, atual Constantinopla, Bento XVI voltou a abraçar Sua Santidade Bartolomeu I no final de novembro de 2006, para confirmar o compromisso recíproco de prosseguir o caminho para o restabelecimento da comunhão plena entre católicos e ortodoxos.

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