Está acontecendo em Roma o Congresso Mundial da Pastoral Carcerária, que reúne representantes dos cinco continentes para discutirem sobre as condições atuais dos presídios no mundo.
"Descobrir no encarcerado o rosto de Cristo!" Este é o tema que tem sido desenvolvido pelos participantes do Congresso. Vindos dos cinco continentes os líderes discutem sobre a espiritualidade do agente pastoral e do preso; tratam também da situação dos presídios em todo o mundo e por fim refletem uma nova organização para a Pastoral Carcerária.
Atualmente além das más condições de vida dos presos, figura uma política do encarceramento, que não promove a dignidade humana e muitas vezes faz retornar a tortura. Uma denúncia feita por Bento XVI.
Segundo o Padre Gunther Zgubic, responsável da Pastoral Carcerária do Brasil, "a tortura está retornando em muitos países. O Papa, então, declarou nossos compromissos com os irmãos e irmãs presos que são filhos de Deus. Nós nunca poderemos compactuar e aceitar praticas de tortura e outros tratamentos cruéis".
Os participantes do congresso insistem nas penas alternativas aos prisioneiros no combate a violência. Idéia apoiada por Padre Zgubic, que afirma que "no Brasil muitas pessoas estão desnecessariamente nos presídios, como todos os especialistas sabem. Seria mais interessante para a sociedade se mais pessoas recebessem penas alternativas e desta forma eles estariam recuperados, bem ao contrário de quando se colocam estas pessoas dentro das prisões onde a vida delas é ameaçada e, onde eles se desestruturam, são traumatizados, não sabem mais em quem podem acreditar".
O Vaticano e a Pastoral Carcerária poderão estreitar ainda mais os laços. O objetivo dos líderes da Pastoral é torná-la um órgão oficial da Igreja. Uma espécie de instituto, um ponto de referência da realidade carcerária de todo o mundo. Um projeto que caminha a passos largos.
"Estamos sendo, cada vez mais, acolhidos pelos órgãos do Vaticano, que têm interesse que a Pastoral Carcerária se torne um instrumento mundial da Igreja, um instituto oficial da Igreja Católica", afirmou Padre Zgubic.