O continente africano já recebeu a visita de outros três papas antes de Francisco; a partir desta quarta-feira, o Santo Padre visitará Quênia, Uganda e República Centro-Africana
Da redação
Papa Francisco será o quarto Pontífice a visitar a África, em uma viagem que começa nesta quarta-feira, 25. A Igreja Católica tem grande atenção ao continente africano, visitado já por três Pontífices.
Paulo VI foi o primeiro a visitar a África em 1969. Seu sucessor, João Paulo II visitou 38 países, mais da metade do continente. Inclusive os três que serão visitados por Francisco: Quênia em 1980, 1985 e 1995, Uganda em 1993 e a República Centro-africana em 1985 e 1995.
Também Bento XVI fez questão de visitar o povo africano. Ele esteve em Camarões e Angola em 2009 e Benin em 2011.
Saiba mais sobre as visitas dos Papas anteriores:
Paulo VI
Paulo VI visitou o continente somente uma vez, esteve em Uganda de 31 de julho a 2 de agosto de 1969, mas a herança deixada por ele foi tamanha que até hoje é discutida.
Um Congresso no Quênia, em 2012, aprofundou a relação de Paulo VI e a Igreja na África. Também no Vaticano, uma Conferência Internacional, em março deste ano, abordou sua contribuição para a independência dos países africanos de língua portuguesa: Angola, Cabo Verde e Guiné-Bissau e Moçambique.
Um apelo feito em sua visita foi decisivo para a Igreja no continente. Durante a Missa de conclusão do Simpósio dos Bispos da África, Paulo VI pediu: “Africanos, sede missionários de vós próprios!”.
João Paulo II
O apelo de Paulo VI foi recordado pelo seu sucessor, João Paulo II, que esteve no continente por 14 vezes e convocou a primeira Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a África.
Na Exortação apostólica pós sinodal Ecclesia in Africa, João Paulo II destacou a responsabilidade do continente pela missão além se suas fronteiras:
“A frase profética de Paulo VI — ‘ vós, Africanos, sois chamados a ser missionários de vós mesmos’ — há-de ser entendida deste modo: ‘sois missionários pelo mundo inteiro’ (…). Às Igrejas particulares da África, foi lançado um apelo para a missão fora dos limites das próprias dioceses”.
Nos quase 27 anos de Pontificado, João Paulo II realizou 14 viagens à África. Ele visitou 38 países: Congo, Quênia Gana, Burkina Faso, Costa do Marfim, Nigéria, Benin, Gabão, Guiné Equatorial, Togo, Camarões, República Centro-Africana, Marrocos, Zimbábue, Botsuana, Lesoto, Suazilândia, Moçambique, Ilhas Maurício, Madagascar, Zâmbia, Malawi , Tanzânia, Ruanda, Burundi, Cabo Verde, Guiné Bissau, Mali, Chade, Angola, São Tomé e Príncipe, Senegal, Gâmbia, Guiné, Uganda, Sudão, Àfrica do Sul e o Egito.
Bento XVI
O Papa Bento XVI visitou a África duas vezes. Em 2009, esteve em Camarões e Angola, e em 2011, em Benin.
Nesta última viagem, o Pontífice divulgou a Exortação Apostólica Pós-Sinodal Africae Munus, na qual explica por que convocou um segundo sínodo sobre a África, 15 anos após o primeiro:
“Para dar à Igreja de Deus presente no continente africano e ilhas adjacentes um novo impulso, carregado de esperança e de caridade evangélica”.
Na exortação, Bento XVI destaca ainda os frutos do sínodo, convocado por João Paulo II, afirmando que a assembleia proporcionou à África uma vitalidade eclesial excepcional e o desenvolvimento teológico da Igreja como Família de Deus.
O primeiro sínodo foi declarado o “Sínodo da Ressurreição e da esperança” e o segundo o “Sínodo de um novo Pentencostes”, como destacam os padres sinodais nas proposições para a II Assembleia da África.
Bento XVI chamou a atenção para o potencial evangelizador do continente e enfatizou seu valor na exortação Africae Munus: “Um tesouro precioso está presente na alma da África, onde vislumbro «um imenso “pulmão” espiritual para uma humanidade que se apresenta em crise de fé e de esperança»”.