Bento XVI está para efetuar a sua sétima viagem apostólica fora da Itália: a partir desta sexta-feira e até Domingo dia 9 estará na Áustria para uma viagem centrada na visita ao santuário austríaco mais importante, onde se venera Nossa Senhora como Magna Mater Austriae, Magna Domina Hungarorum e Alma Mater Gentium Slavorum.
De Mariazell partiu a idéia desta viagem que terá contudo uma dimensão internacional e uma atenção a temas típicos das sociedades secularizadas. O Papa Bento XVI terá também, nesta ocasião, encontros institucionais com as autoridades civis e com o corpo diplomático.
A colocação da Áustria no coração da Europa, e portanto o futuro do Continente, é um dos temas que Bento XVI, numa carta aos jornais católicos, indicou como elementos importantes da sua próxima viagem, juntamente com as recordações da infância que suscita uma terra tão próxima da sua Baviera, e ao apreço pela cultura austríaca, com o gosto pela arte e a música vividas também como expressão de fé.
Do ponto de vista mais estreitamente religioso, haverá ocasião para Bento XVI confortar a Igreja austríaca que goza de um certo despertar após anos de tensões. O atual arcebispo de Viena, Cardeal Christoph Schoenborn, numa entrevista à Rádio Vaticano manifestou a expectativa pela presença do Papa para confirmar a fé dos austríacos, observando que após anos muito difíceis existe agora uma tomada de consciência, um sentido de coragem mais explícito, da parte dos cristãos austríacos, que sentem cada vez mais como esta sociedade precisa do Evangelho, da fé, da oração.
Esta visita do Papa à Áustria sobrepõe-se em parte à assembléia ecumênica em Sibiu na Romênia, e a Igreja austríaca muito empenhada no ecumenismo, decidiu contudo estar presente em Sibiu com uma delegação a alto nível, enquanto que da assembléia de católicos, protestantes e ortodoxos será enviada a Mariazell uma vela para simbolizar a proximidade da terceira assembléia ecumênica européia à peregrinação do Papa.
Do ponto de vista inter-religioso será significativo o momento de oração silenciosa que Bento XVI efetuará sexta-feira de manhã na Juden Platz de Viena, diante do monumento aos 65 mil judeus austríacos vítimas do nazismo.
A tarde de sexta-feira o Papa estará em Hofburg, para uma visita de cortesia ao presidente Heinz Fischer. Sempre na antiga residência dos Asburgo, o Papa receberá o corpo diplomático, numa cidade que é sede de numerosas organizações internacionais.
Sábado, chegada de helicóptero a Mariazell, onde o Papa passará o dia inteiro, com a celebração da Missa e encontros com conselhos paroquiais. Domingo de novo em Viena, para a Missa na Catedral de Santo Estevão e o Ângelus no átrio. Na parte da tarde estará na antiga Abadia de Heiligenkreuz, o mais antigo mosteiro cisterciense habitado sem interrupções desde a sua fundação.
Tendo regressado a Viena, após um encontro com o voluntariado não só católico e após a cerimônia de despedida no aeroporto, regressará a Roma ao fim da tarde.
