Concluindo neste sábado de manhã, 16, os Exercícios Espirituais que lhe foram pregados e à Cúria Romana, Bento XVI recordou a figura de Pedro, bem presente nas meditações desenvolvidas pelo cardeal Albert Vanhoye. Também o primeiro dos apóstolos (observou) teve que "escutar a voz do Senhor e aprender de novo que coisa é o seu – e nosso – sacerdócio".
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Agradecendo ao cardeal Vanhoye pela "grande competência teológica e tanta profundidade espiritual" manifestadas na pregação deste retiro, o Santo Padre improvisou algumas considerações partindo da imagem do lava-pés, tal como se encontra representado nos mosaicos da capela Redemptoris Mater, onde decorriam as pregações do retiro. Através das meditações apresentadas, "foi a imagem de Jesus ajoelhado aos pés de Pedro para lhe lavar os pés o que mais me falou" – confidenciou Bento XVI.
"Vi que é precisamente aqui, neste comportamento, neste ato de extrema humildade, que se realiza o novo sacerdócio de Jesus. E realiza-se precisamente no ato de solidariedade conosco, com as nossas debilidades, os nossos sofrimentos, as nossas provações, até à morte".
Referindo também a figura de Pedro com o dedo na testa, no momento em que pede ao Senhor que lhe lavasse não só os pés, mas também a cabeça e as mãos, observou ainda o Papa:
"Parece-me que exprime, para além daquele momento, a dificuldade de São Pedro e de todos os discípulos do Senhor de perceber a surpreendente novidade do sacerdócio de Jesus, deste sacerdócio que é precisamente abaixamento, solidariedade conosco, e assim nos abre o acesso ao verdadeiro santuário, o corpo ressuscitado de Jesus. Em todo o seu tempo de discípulo e, creio eu, até à sua própria crucifixão, São Pedro teve que escutar sempre de novo Jesus, para entrar mais profundamente no sacerdócio de Cristo comunicado aos apóstolos e aos seus sucessores".