Bento XVI recebeu hoje no Vaticano prelados da Conferência dos Bispos Latinos nas Regiões Árabes. No discurso que lhes foi dirigido, o Santo Padre recordou que a conferência "abrange uma grande variedade de situações e fiéis de muitos países e de outras religiões, agrupados em pequenas comunidades.
O Santo Padre compartilhou as preocupações e esperanças dessas pessoas, e disse que, “nessas regiões com tantos atos de violência continuada, insegurança e ódio torna-se muito difícil a coabitação das comunidades que vivem sempre com medo.
"E essa situação", disse o Papa aos bispos, "coloca um sério desafio para o seu serviço pastoral que é encorajar e fortalecer a fé dos fiéis para que todos possam viver com a esperança fundada sobre a certeza de que o Senhor não vai deixar só quem buscar por Ele".
"É compreensível", prosseguiu o Santo Padre "que as circunstâncias por vezes empurram os cristãos a deixarem o seu país para encontrar uma terra acolhedora que lhes permitam viver melhor. No entanto, é necessário incentivar e apoiar firmemente aqueles que optam por permanecer fiel à sua terra para que ela não se torne um sítio arqueológico desprovida de vida eclesial. "Portanto”, assegurou o Papa "apóio às iniciativas tomadas pelos bispos para ajudar a criar condições sociais e econômicas que levem os cristãos permanecerem no seu país", e apelou à "toda Igreja para sustentar este esforço com vigor".
"A vocação de cristãos em ambos os países é de importância vital", observou. "Devemos ser arquitetos da paz e da justiça, presença viva de Cristo, que veio ao mundo para reconciliar com o Pai e trazer todos os seus filhos dispersos. Assim, é necessário reafirmar e desenvolver uma autêntica comunhão serena e de respeitosa colaboração entre católicos de vários ritos, o que é um sinal revelador a outros cristãos e para a sociedade como um todo".
Bento XVI recordou que o encontro de católicos com judeus e mulçumanos nestas terras é uma realidade cotidiana" e que "a qualidade das relações entre os crentes assume um particular significado, sendo ao mesmo tempo testemunho. É uma contribuição para o estabelecimento de relações mais fraternas entre os indivíduos".
"Existe também uma necessidade", sublinhou, "de uma melhor compreensão mútua para promover um maior respeito pela dignidade humana e da igualdade de direitos e deveres dos indivíduos".
Neste contexto, o Papa expressou seu veemente desejo, de que "em toda parte aconteça a verdadeira liberdade religiosa e que todos têm o direito de praticar sua religião, e que este é um direito básico de todos os seres humanos".
O Santo Padre exortou igualmente os bispos a considerar "prioridade ajudar as famílias cristãs, que enfrentam muitos desafios, tais como o relativismo religioso, materialismo e uma série de ameaças contra a família e os valores sociais", e elogiou o trabalho das Instituições Religiosas, homens e mulheres nos domínios da educação, da saúde e da assistência aos mais necessitados.
Ao final da audiência Bento XVI manisfestou sua solidariedade a "todos aqueles que na sua região sofreu múltiplas formas de violência. Você pode contar com a solidariedade da Igreja universal. Apelo também ao bom senso de todos os seres humanos de boa vontade, especialmente aqueles que têm responsabilidades na vida coletiva, para favorecer o diálogo entre todas as partes e acabar com a violência, para que seja instalada em todos os locais uma verdadeira e duradoura paz que estabelecer relações de solidariedade e cooperação".