O Papa encontrou-se, neste domingo, 8, com os representantes do mundo da cultura, da arte e da economia de Veneza.
Em seu discurso, o Santo Padre deu algumas indicações úteis para a reflexão e o compromisso comum, usando três palavras que estão ligadas a Veneza: água, saúde e sereníssima.
"A água é símbolo de vida e também de morte, sabem muito bem disso as populações atingidas por enchentes e maremotos. A água é, sobretudo, elemento essencial para a vida. Veneza é conhecida como 'Cidade da Água' e isso me lembra um famoso sociólogo que definiu como líquida a nossa sociedade, a cultura europeia: uma cultura líquida para expressar a sua fluidez, a sua pouca estabilidade ou a sua ausência de estabilidade, a mudança, a inconsistência que muitas vezes a caracteriza", disse o Papa.
Bento XVI frisou a necessidade de escolher entre uma cidade líquida, pátria de uma cultura relativista e efêmera, e "uma cidade que renova constantemente a sua beleza buscando nas fontes da arte, do saber, das relações entre pessoas e povos".
Em relação à saúde, o Pontífice disse: "nos encontramos no Pólo da Saúde, uma realidade nova que tem raízes antigas. Aqui na Ponta da Dogana, surge uma das igrejas mais famosas de Veneza, construída em devoção a Nossa Senhora para a libertação da peste que afetou a cidade em 1630. Trata-se da Igreja de Nossa Senhora da Saúde.
E a última palavra, sereníssima, é o nome da República Veneta. Um título que recorda as glórias do passado e também os fortes ideais de futuro dessa região.
"O nome sereníssima nos fala de uma civilização de paz, fundamentada no respeito mútuo, no conhecimento recíproco e nas relações de amizade. Veneza tem uma longa história e um rico patrimônio humano, espiritual e artístico para ser capaz também hoje de oferecer uma preciosa ajuda a fim de que os homens acreditem num futuro melhor e ajudem a construí-lo", concluiu Bento XVI.
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