A 13 anos do massacre

Papa recorda genocídio de Ruanda e chama à reconciliação

Em uma mensagem enviada ao presidente da República de Ruanda, Paul Kagame, com motivo da jornada anual de luto nacional em lembrança do genocídio de 1994, o Papa Bento XVI convocou os cristãos do país a converter sua fé na base de uma autêntica e duradoura reconciliação.

Em abril de 1994 se iniciou em Ruanda um dos genocídios mais trágicos da África, quando a confrontação entre dois grupos étnicos rivais, hutus e tutsis, desencadeou uma onda de matanças e represálias que deixou mais de um milhão de mortos.

A Corte Internacional de La Haya ainda segue julgando alguns dos principais responsáveis pela massacre, que deixou um trágico saldo de perdas humanas e materiais que Ruanda ainda padece.

"Desejo me unir ao duelo nacional e em particular à oração por todas as vítimas desta horrível carnificina, sem distinção de credo ou de pertença étnica e política", escreve o Pontífice em sua carta.

O Santo Padre manifesta também seu desejo de que "todos os ruandeses, guiados pelas autoridades civis e religiosas, comprometam-se com maior generosidade e eficácia em favor da reconciliação nacional e na construção de um país novo, na verdade e na justiça, na unidade fraterna e na paz".

"Os motivos religiosos –continua a carta-, que são o fundamento do compromisso dos católicos na vida cotidiana, familiar e social, e os princípios morais que se derivam deles, constituem um ponto de encontro entre os cristãos e todos os seres humanos de boa vontade".

Bento XVI conclui a mensagem assinalando que "a fé cristã, que compartilha a maior parte do povo ruandês, constitui, se viver com coerência e plenitude, uma ajuda eficaz para superar um passado de enganos e de morte, cujo ponto culminante foi o genocídio de 1994; ao mesmo tempo, esta fé estimula a confiança na possibilidade oferecida a todos os ruandeses, reconciliados entre si, de construir juntos um futuro melhor, voltando a descobrir a novidade do amor, que é a única força que pode conduzir à perfeição pessoal e social e orientar a história para o bem".

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