Neste domingo, dia 10, em que em muitos países a Igreja celebra a solenidade do “Corpo de Deus”, Bento XVI recomendou “vivamente” a prática da adoração eucarística, com tempos de silêncio e a escuta da Palavra de Deus. Na alocução antes da recitação do Ângelus, ao meio-dia, na Praça de São Pedro, o Papa evocou o mistério da “Santíssima Eucaristia, presença real do Senhor Jesus Cristo no Sacramento do altar”, recordando que Cristo quis assim “permanecer conosco e ser o coração pulsante da Igreja”. “Mesmo depois da Celebração dos divinos mistérios o Senhor Jesus permanece vivo no tabernáculo” – sublinhou Bento XVI, evocando o “elo intrínseco” entre a celebração e a adoração. “O maior ato de adoração da Igreja é o precisamente a Santa Missa, em si mesma”.
A adoração fora da Santa Missa prolonga e intensifica o que ocorreu na celebração litúrgica, tornando possível um autêntico acolhimento, profundo, de Cristo… / Quereria aproveitar a oportunidade que me oferece a solenidade de hoje para recomendar vivamente aos Pastores e a todos os fiéis a prática da adoração eucarística.
Bento XVI exprimiu o seu “vivo apreço” aos Institutos de Vida Consagrada, assim como às associações e confrarias que se dedicam de modo especial à adoração eucarística, oferecendo assim a todos “um apelo à centralidade de Cristo na nossa vida pessoal e eclesial”. O Papa congratulou-se também com o fato de “muitos jovens irem redescobrindo a beleza da adoração, pessoal e comunitária” e convidou os padres a encorajarem neste sentido os grupos juvenis, seguindo-os de perto para assegurar “formas sempre apropriadas e dignas” de adoração comunitária, “com adequados tempos de silêncio e de escuta da Palavra de Deus”.
Na vida de hoje, muitas vezes rumorosa e dispersiva, é mais do que nunca importante a capacidade de silêncio interior e de recolhimento: a adoração eucarística permite fazê-lo não só centrado no ‘eu’, mas sim em companhia daquele ‘Tu’ cheio de amor que é Jesus Cristo, ‘o Deus próximo de nós’.
E o Papa concluiu a sua alocução antes da recitação do Ângelus, na Praça de São Pedro, fazendo votos de que “a Virgem Maria, Mulher eucarística, nos introduza no segredo da verdadeira adoração”. “O seu coração, humilde e simples, estava sempre recolhido e concentrado no mistério de Jesus, no qual adorava a presença de Deus e do seu Amor redentor”. Que por intercessão de Maria – concluiu Bento XVI – “cresça em toda a Igreja a fé no Mistério eucarístico, a alegria de participar na Santa Missa, especialmente dominical, e o impulso a testemunhar a imensa caridade de Cristo”.
Depois da recitação das Ave Maria, Bento XVI referiu o fato de que lhe é freqüente pedido que se interesse por pessoas, nomeadamente padres católicos, seqüestrados por diversos motivos e em várias partes do mundo. Apelos que de modo algum o deixam insensível.
Dirijo o meu premente apelo aos autores de tais atos execráveis, para que tomem consciência do mal realizado e restituam sem mais tardar ao afeto dos seus entes queridos todos os que se encontram detidos. Confio as vítimas à materna proteção de Maria Santíssima, Mãe de todos os homens.