Bento XVI

Papa reafirma compromisso de comunhão com Igreja de Constantinopla

"O bispo de Roma está a serviço da unidade dos cristãos, na verdade e na caridade". É o que escreve o Papa Bento XVI em uma mensagem ao patriarca ecumênico Bartolomeu I, por ocasião da festa de Santo André – padroeiro da Igreja de Constantinopla – hoje celebrado. Uma delegação vaticana conduzida pelo presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper, encontra-se em Constantinopla participando das festividades.

A memória dos mártires, como Santo André Apóstolo, impele todos os cristãos a "testemunhar o seu amor diante do mundo", escreve o Pontífice. Testemunho de unidade ainda mais urgente hoje num momento no qual o Cristianismo se depara com "desafios complexos e crescentes".

Na mensagem ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, o Santo Padre ressalta que as Igrejas de Roma e de Constantinopla "se comprometeram sinceramente nos últimos dez anos" a atuar para fazer avançar "o restabelecimento da plena comunhão".

O Papa detém-se em seguida sobre o papel do Bispo de Roma na Comunhão da Igreja no primeiro milênio, tema da plenária da Comissão internacional conjunta para o diálogo teológico, realizado em outubro passado em Chipre.

O Pontífice escreve ainda que a Igreja Católica considera o ministério petrino "como um dom do Senhor à sua Igreja". "Este ministério, afirma Bento XVI, não deve ser interpretado na perspectiva do poder, mas dentro de uma eclesiologia de comunhão, como um serviço à unidade na verdade e na caridade".

Citando Santo Inácio de Antioquia, o Papa reitera que o bispo da Igreja de Roma preside na caridade. Em seguida, reitera o que afirmara João Paulo II na "Ut unum sint", depois retomado em sua visita ao patriarcado de Constantinopla em 2006; isto é, buscar juntos, inspirados pelo modelo do primeiro milênio, as formas nas quais o ministério do Bispo de Roma possa desempenhar um serviço de amor reconhecido por cada um e por todos.

Embora "não tenhamos ainda alcançado o nosso objetivo", afirma o Papa na mensagem, "foram dados muitos passos que nos permitem aprofundar os laços entre nós".

Cresce a nossa amizade, o "mútuo respeito e a vontade de encontrar-nos uns aos outros e de reconhecer-nos como irmãos em Cristo", observa Bento XVI, afirmando que tais avanços não devem ser dificultados por aqueles "que permanecem ligados à recordação de diferenças históricas, que impedem a sua abertura ao Espírito Santo que conduz a Igreja" e é capaz de "transformar todas as fraquezas humanas em oportunidades para o bem".

No momento em que se caminha rumo à plena comunhão, exorta o Pontífice, "devemos oferecer desde já um testemunho comum trabalhando juntos a serviço da humanidade, especialmente na defesa da dignidade da pessoa humana, na afirmação dos valores éticos fundamentais, na promoção da justiça e da paz e respondendo aos sofrimentos que continuam afligindo o nosso mundo, particularmente a fome, a pobreza, o analfabetismo e a desigual distribuição dos recursos".

Ao mesmo tempo, lê-se na mensagem, as nossas Igrejas podem trabalhar juntas evidenciando a responsabilidade da humanidade pela salvaguarda da Criação.

Por fim, o Papa manifesta apreço pelas muitas iniciativas tomadas pelo patriarca nesse sentido, e recorda, em particular, o recente Simpósio de Religião, Ciência e Ambiente, dedicado ao rio Mississippi.

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