O professor de Direito Eclesiástico Rafael Navarro-Valls afirma, em seu livro Entre a Casa Branca e o Vaticano, que "Bento XVI é um papa pós-ideológico, que deseja libertar a humanidade da escravidão de ideologias de qualquer tipo, entre as quais estão o relativismo religioso e o politicamente correto".
O autor também explica a idéia de que, para Bento XVI, a verdadeira reforma da Igreja "não deve ser reduzida ao ativismo de construir estruturas novas e sofisticadas, mas consiste, principalmente, em promover a santidade dos seus membros".
O professor considera que, algumas vezes, "a Igreja fala muito de si mesma. Os clérigos são excessivamente preocupados com a sua própria estrutura, quando, na verdade, o que é preciso não é 'gestão, mas sim santidade".
O autor acredita que o velho preconceito anti-católico desapareceu da política e da vida americana. E para provar isso, destaca que um em cada quatro senadores é católico, bem como a presidente e os 150 membros da Câmara dos Deputados; cinco dos nove membros da Suprema Corte e o vice-presidente do governo. "Anos atrás, isso seria impensável; nem mesmo os católicos 'liberais' conseguiram fazê-lo", finaliza Navarro-valls.
Navarro-Valls também analisa a importância do fator religioso nas eleições americanas:
"Nos últimos comícios, houve três elementos – os três G – que influenciaram notoriamente: Armas (guns), Deus (God) e gays. Obama teve que provar que era mais cristão do que ninguém, perante as informações sobre sua juventude islâmica. Elegeu um vice-presidente católico, Joe Biden, para ganhar o voto católico (30% do eleitorado). Os gays apoiaram a Obama, e ele enfrentou o 'lobby' da venda de armas, pois desejava restringi-la".
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