Consistório será para criação de novos cardeais e votos de causas de canonização; em Aquila, o Papa celebrará o perdão Celestino e saudará familiares de vítimas do terremoto
Catarina Jatobá
Da Redação, com informações do Vatican News
O último final de semana desse mês de agosto será de compromissos bem importantes e especiais na agenda do Papa Francisco. Neste sábado, 27, ele vai presidir o Consistório Ordinário Público na Basílica de São Pedro (16h na Itália, 11h no horário de Brasília). O Consistório será para a criação de 20 novos cardeais, inclusive de dois brasileiros, e para o voto de algumas causas de canonização.
Já no domingo, 28, Francisco fará uma visita pastoral à cidade italiana de Áquila. Na cidade atingida por um forte terremoto em 2009, o Papa vai saudar as famílias das vítimas. E conforme tradição da Igreja, ele vai celebrar o Perdão Celestino, com uma missa na Basílica de Santa Maria de Collemaggio. A celebração terá o rito de abertura da Porta Santa, às 10h (na Itália, 5h no horário de Brasília).
O Perdão Celestino é a Indulgência plenária perpétua que o Papa Celestino V, no ano de 1294, concedeu a todos os fiéis entre os dias 28 e 29 de agosto. Para recebê-lo, os fiéis devem visitar a Basílica de Collemaggio, atravessar a Porta Santa, rezar o Credo, o Pai Nosso, a Ave Maria e o Glória ao Pai, de acordo com as intenções do Papa, se confessar e comungar.
A restauração da Basílica de Santa Maria de Collemaggio, também destruída pelo terremoto, foi concluída em dezembro de 2017, quando a tradição de atravessar a Porta Santa para receber a indulgência voltou a ser possível.
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A TV Canção Nova vai exibir o Consistório no sábado, às 17h30, horário de Brasília. No domingo, transmitirá a visita de Francisco a Áquila às 5h da manhã, horário de Brasília.
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O que é um Consistório?
O consistório é uma reunião solene dos cardeais com o Papa, para auxiliá-lo nas questões do governo da Igreja. Ele pode ser ordinário, quando tem a presença somente de cardeais que residem em Roma, ou extraordinário, com a presença de todos os cardeais da Igreja.
O consistório ordinário público é designado para a criação de novos cardeais, que são os colaboradores mais próximos do Santo Padre, no seu pastoreio da Igreja.
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O novo consistório ordinário público foi convocado pelo Papa Francisco no domingo em que a Igreja festejou a Ascensão do Senhor, dia 29 de maio, ao final da oração do Regina Coeli. Na lista dos nomes de bispos que serão feitos novos cardeais da Igreja Católica estão dois brasileiros: o arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Leonardo Steiner, que será o primeiro cardeal da Amazônia, e o arcebispo de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa.
Ao final do anúncio, o Papa pediu orações pelos prelados. “Rezemos pelos novos cardeais para que, confirmando a sua adesão a Cristo, me ajudem no meu ministério de Bispo de Roma para o bem de todo o fiel Povo Santo de Deus”.
Biografia dos dois futuros cardeais brasileiros
Dom Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M. – Arcebispo Metropolitano de Manaus
Nasceu em 6 de novembro de 1950 em Forquilhinha, Estado de Santa Catarina, na Diocese de Criciúma. Fez a profissão religiosa na Ordem dos Frades Menores em 2 de agosto de 1976 e foi ordenado sacerdote em 21 de janeiro de 1978. Estudou Filosofia e Teologia nos Franciscanos de Petrópolis; obteve o Bacharelado em Filosofia e Pedagogia na Faculdade Salesiana de Lorena. Obteve, na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, a Licenciatura e o Doutoramento em Filosofia. Após os estudos e um período como pároco assistente e pároco, foi formador no seminário até 1986 e mestre de noviços de 1986 a 1995.
De 1995 a 2003, foi professor de Filosofia e secretário do Antonianum. Retornando ao Brasil em 2003, foi pároco adjunto da Paróquia Bom Jesus da arquidiocese de Curitiba, além de professor da Faculdade de Filosofia Bom Jesus.
Em 2 de fevereiro de 2005, foi nomeado bispo prelado de São Félix e recebeu a ordenação episcopal no dia 16 de abril seguinte. Em 21 de setembro de 2011, foi nomeado bispo titular de Tisiduo e auxiliar de Brasília.
De maio de 2011 a maio de 2019, ocupou o cargo de secretário-geral da Conferência Episcopal Brasileira.
Em 27 de novembro de 2019, o Santo Padre Francisco o nomeou arcebispo metropolitano de Manaus (AM).
Dom Paulo Cezar Costa – Arcebispo Metropolita da Arquidiocese de Brasília
Nasceu em 20 de julho de 1967 em Valença, na diocese do mesmo nome. Completou seus estudos em Filosofia no Seminário Nossa Senhora do Amor Divino em Petrópolis (RJ) e os de Teologia no Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro. Obteve depois a Licenciatura e o Doutoramento em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma (1996-2001).
Recebeu a ordenação sacerdotal em 5 de dezembro de 1992 e foi incardinado na Diocese de Valença.
Durante seu ministério sacerdotal, ocupou os seguintes cargos: Vigário Paroquial da Paraíba do Sul (1993); Pároco da Paróquia de São Sebastião dos Ferreiros em Vassouras (1994-1996), Pároco da Paróquia de Santa Rosa de Lima em Valença (2001-2006); Diretor e Professor do Departamento de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2007-2010); Reitor do Seminário Interdiocesano Paulo VI e Diretor do Instituto Paulo VI de Filosofia e Teologia de Nova Iguaçu (2006-2010).
Em 24 de novembro de 2010, foi nomeado bispo titular de Esco e auxiliar da Arquidiocese Metropolitana de São Sebastião do Rio de Janeiro. Recebeu a ordenação episcopal em 5 de fevereiro de 2011. Em 22 de junho de 2016, foi transferido como Bispo de São Carlos. Na Conferência Episcopal Brasileira, é membro do Conselho Permanente e da Comissão Episcopal de Cultura e Educação. Desde 2020, é membro do Pontifício Conselho para a Unidade dos Cristãos e da Pontifícia Comissão para a América Latina.
Em 21 de outubro de 2020, o Santo Padre Francisco o nomeou arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Brasília (DF).
Confira a lista completa dos novos cardeais:
1. Dom Arthur Roche – Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
2. Dom Lazzaro You Heung sik – Prefeito da Congregação para o Clero.
3. Dom Fernando Vérgez Alzaga L.C. – Presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano e Presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano.
4. Dom Jean-Marc Aveline – Arcebispo Metropolita de Marselha (França).
5. Dom Peter Okpaleke – Bispo de Ekwulobia (Nigéria).
6. Dom Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M. – Arcebispo Metropolita de Manaus (Brasil).
7. Dom Filipe Neri António Sebastião de Rosário Ferrão – Arcebispo de Goa e Damão (Índia).
8. Dom Robert Walter McElroy – Bispo de San Diego (EUA)
9. Dom Virgilio Do Carmo Da Silva, S.D.B. – Arcebispo de Dili (Timor Leste).
10. Dom Oscar Cantoni – Bispo de Como (Itália).
11. Dom Anthony Poola – Arcebispo de Hyderabad (Índia).
12. Dom Paulo Cezar Costa – Arcebispo Metropolita da Arquidiocese de Brasília (Brasil).
13. Dom Richard Kuuia Baawobr M. Afr – Bispo de Wa (Gana).
14. Dom William Goh Seng Chye – Arcebispo de Singapura (Singapura).
15. Dom Adalberto Martínez Flores – Arcebispo Metropolita de Asunción (Paraguai).
16. Dom Giorgio Marengo, I.M.C. – Prefeito Apostólico de Ulaanbaatar (Mongólia).
17. Dom Jorge Enrique Jiménez Carvajal – Arcebispo Emérito de Cartagena (Colômbia).
18. Dom Arrigo Miglio – Arcebispo Emerito de Cagliari (Itália).
19. R.P. Gianfranco Ghirlanda sj. – Professor de Teologia.
20. Mons. Fortunato Frezza – Cônego da Basílica de São Pedro
Visita a L’Áquila
O Papa será acolhido na cidade italiana de Áquila na Praça Duomo pelo Cardeal arcebispo Giuseppe Petrocchi e por autoridades civis locais.
Pela manhã, acompanhado pelo cardeal, o Papa fará uma visita particular à Catedral, que ainda está danificada após o terremoto de 2009. De lá, Francisco fará uma saudação aos familiares das vítimas do terremoto, às autoridades e aos cidadãos presentes na praça. Depois ele vai até a Basílica de Santa Maria em Collemaggio, e celebrará a Santa Missa na praça em frente à Basílica, com o rito de abertura da Porta Santa. No final, o Papa parte novamente de helicóptero para o Vaticano, onde está previsto seu retorno às 13h15, horário local.
Relembre a tragédia
No início de 2009, mais de 200 tremores de terra foram sentidos na cidade de Áquila, capital da região de Abruzzo, no centro da Itália. A sequência alarmante de abalos sísmicos intrigou especialistas. No dia 30 de março, uma comissão se reuniu para discutir a situação que preocupava toda a cidade e autoridades locais.
Foi na madrugada do dia 6 de abril de 2009 que Áquila foi totalmente abalada por um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter. O tremor intenso deixou um saldo de 309 mortos, 1.600 feridos, milhares de desabrigados e edificações destruídas.