Em discurso aos prefeitos reunidos em Roma, Papa destacou necessidade de trabalhos que comecem pelas periferias e reiterou cuidado com o meio ambiente
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco falou a prefeitos de várias cidades do mundo reunidos em Roma para discutir o tráfico humano e as mudanças climáticas. No final da tarde desta terça-feira, 21, ele encerrou o primeiro dia da reunião destacando a necessidade de trabalhos que comecem pelas periferias para que tenham efeitos.
“O trabalho mais sério e mais profundo se faz da periferia até o centro. Se o trabalho não vem das periferias até o centro, não tem efeito”, disse o Papa, lembrando que aí está a responsabilidade dos prefeitos e o motivo pelo qual eles devem participar dos debates promovidos pela Pontifícia Academia das Ciências.
Francisco pôde mais uma vez falar ao mundo sobre suas expectativas para que a Comunidade internacional chegue a um consenso e produza um documento final com propostas concretas ao final da cúpula sobre o clima, marcada para novembro, em Paris.
“Tenho muita esperança, todavia as Nações Unidas precisam se interessar mais fortemente sobre este fenômeno, sobretudo o do tráfico de seres humanos provocado por este fenômeno ambiental, a exploração das pessoas”, esclareceu o Pontífice.
O Papa voltou a confirmar que a encíclica Laudato si não é apenas um documento verde, mas uma “encíclica social”. “Porque dentro do entorno social, da vida social dos homens, não podemos separar o cuidado com o ambiente. Mais ainda, o cuidado do ambiente é uma atitude social, que nos socializa em um sentido ou em outro – cada qual pode colocar o valor que quiser – e, por outro lado, nos faz receber. Gosto da expressão em italiano para o ambiente – creato –, daquilo que nos foi dado como um presente, ou seja, o ambiente”.
Francisco lembrou ainda que o inchaço das grandes cidades é provocado pelas consequências de um modelo de desenvolvimento tecnocrático de exclusão, no qual as pessoas no campo migram aos centro urbanos por não terem mais acesso à terra. Assim, considerou que o crescimento desmesurado das cidades está ligado à maneira como se cuida do ambiente.
“É um fenômeno mundial. As grandes cidades se fazem ainda maiores com também cada vez maiores bolsões de pobreza e miséria onde as pessoas sofrem as consequências das negligencias para com o meio ambiente”, conclui Francisco.