Na Missa de hoje, Francisco voltou a pedir que a Igreja seja pobre; ela precisar brilhar não com luz própria, mas com a luz de Cristo
Da Redação, com Rádio Vaticano
Na Missa desta segunda-feira, 24, na Casa Santa Marta, o Papa Francisco voltou a pedir uma Igreja pobre, que não se vanglorie de si mesma. Ele explicou que, quando a Igreja é humilde e pobre, então é fiel a Cristo; do contrário, é tentada a brilhar com luz própria em vez de doar ao mundo a luz de Deus.
As reflexões do Papa partiram do Evangelho do dia, que retrata as ofertas oferecidas ao Templo por pessoas ricas e por uma viúva. Trata-se de duas atitudes diferentes: doar muito e publicamente, ostentando a riqueza; e doar o pouco que se tem, atraindo a atenção apenas de Deus. Segundo o Papa, são duas tendências sempre presentes na história da Igreja: a Igreja tentada à vaidade e a Igreja pobre.
Francisco associou a figura da Igreja à da viúva, já que a Igreja espera a volta do seu Esposo. A viúva não era importante, seu nome não aparecia nos jornais, não brilhava com luz própria. “A grande virtude da Igreja deve ser de não brilhar com luz própria, mas brilhar com a luz que vem do seu Esposo. E nos séculos, quando a Igreja quis ter luz própria, errou”.
O Papa reconheceu que, algumas vezes, Deus pode pedir que a Igreja tenha um pouco de luz própria, mas isso se entende pelo fato de que, se a missão da Igreja é iluminar a humanidade, a luz doada deve ser unicamente aquela recebida de Cristo com humildade.
“Todos os serviços que nós fazemos na Igreja são para nos ajudar nisso, a receber aquela luz. E um serviço sem esta luz não é bom: faz com que a Igreja se torne ou rica, ou poderosa, ou que procure o poder, ou que erre o caminho, como aconteceu tantas vezes na história e como acontece nas nossas vidas, quando nós queremos ter outra luz que não é aquela do Senhor: uma luz própria”.
Quando a Igreja é fiel à esperança e ao seu Esposo, ela fica alegre de receber essa luz, reiterou o Papa. Fica feliz em ser, nesse sentido, “viúva” à espera, como a lua, do sol que virá.
“Quando a Igreja é humilde, quando a Igreja é pobre, mesmo quando a Igreja confessa as suas misérias – pois todos nós as temos – a Igreja é fiel. A Igreja diz: ‘Mas, eu sou escura, mas a luz vem dali!’ e isto nos faz tão bem. (…) Tudo para o Senhor e para o próximo. Humildes. Sem nos vangloriarmos de ter luz própria, procurando sempre a luz que vem do Senhor”.