A polêmica sobre a relação entre a Igreja Católica e a Igreja da China controlada pelo estado, fez com que o Secretário de Impresa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, falasse sobre o conteúdo da carta, que na China – por ordem do governo- os sites de internet foram obrigados a substituirem a carta por uma versão simplificada.
Padre Lombardi, declarou que a carta de Bento XVI aos cristãos chineses é animada por dois grandes amores: o Amor pela Igreja Católica e o Amor que ele tem pela China. O conteúdo da carta é carinhoso e reconhece o fiel testemunho de tantos católicos chineses.
O diretor da sala de imprensa da Santa Sé ressaltou ainda que o conteúdo é de cunho religioso e pastoral e não quer entrar em conflito seja politico, seja diplomático. Bento XVI explicou a correta distinção entre o plano político e religioso, entre as responsabilidades civis e da Igreja, e declarou com confiança a disponibilidade da Igreja ao diálogo para superar as incompreensões e controversas nas nomeações dos Bispos.
Padre Lombardi disse que se a China teme uma interferência interna, a Igreja sente a interferência indébita do estado na vida interna religiosa.
A igreja católica oficial da China saudou ontem as boas intenções do Santo Padre ressaltando o amor do Papa pela China. O representante da igreja oficial da China disse que as escritas do Papa representam um tom novo. As cartas anteriores opunham-se ao comunismo e ao socialismo, e ameaçavam punir os representantes da Igreja oficial. Segundo o representante da Igreja oficial, o Papa agora tenta compreendê-la.
Ainda na carta, o Papa Bento XVI propôs que o dia 24 de maio seja o dia de oração pela Igreja na China.
O Santo Padre escolheu essa data por ser a data litúrgica de Nossa Senhora Auxiliadora dos Cristãos, que é muito venerada no Santuário Mariano em Xangai, na China, e exorta os chineses a neste dia renovarem sua comunhão de fé com Cristo e a fidelidade ao sumo Pontífice.