Missão

Papa inicia visita pastoral a Aquileia e Veneza, na Itália

O Papa Bento XVI começou neste sábado, 7, sua visita pastoral a Aquileia e Veneza, cidades no nordeste da Itália. O Bispo de Roma permanece na região até este domingo, 8, com uma ampla programação.

A viagem acontece 19 anos após a última vez que aquelas terras receberam a visita de um Papa, que foi o Beato João Paulo II, em 30 de abril de 1992.

"Com grande alegria chego a vós. A todos vós, destino a minha saudação cordial", disse aos cidadãos de Aquileia na Piazza Capitolo. Logo após, o Santo Padre dirigiu-se à Basílica da cidade para a Assembleia do Segundo Congresso de Aquileia, iniciada agora e que segue até 2012, tendo como pano de fundo o tema da nova evangelização.

"Empenhar-se hoje em uma nova evangelização do vosso território é dar às gerações futuras a herança preciosa da fé cristã. Há novos desafios e demandas emergentes. Como anunciar Jesus Cristo, comunicar o Evangelho, educar para a fé, hoje?", questionou.

Bento XVI disse que a experiência cristã forjou na região um povo afável, trabalhador, solidário, de tal modo que o horizonte da fé e da motivação cristã continuam a oferecer novos impulsos para a vida social, inspirar intenções e guiar os costumes.

"É evidente a abertura ao transcendente, apesar do materialismo difuso, bem como um senso religioso de fundo, o apego às tradições religiosas e renovação dos percursos de iniciação cristã, múltiplas expressões de fé, cultura e religiosidade popular. Protegei, reforçai, vivei essa preciosa herança", pediu.

De acordo com o Pontífice, a missão que o Senhor confia hoje a cada cristão é a de testemunhar o amor de Deus pelo homem. De modo concreto, tal abordagem implica colocar ao centro da atenção a família, cume do amor e da vida. "É um compromisso tornado ainda mais urgente, dada a crise cada vez mais difusa da vida conjugal e da queda da natalidade", lembrou. Também é importante reservar um cuidado todo especial com o jovem na ação pastoral, pois ele "olha para o futuro com incerteza e vive em condições de desemprego, insegurança, mas tem grande fome e sede de Deus, que requer atenção e resposta", indicou o Papa.

Em meio à crise econômica, a fé cristã deve afrontar hoje novos desafios, situações complexas que chamam cada um a promover o senso cristão da vida mediante o anúncio explícito do Evangleho. "A fé partilhada com coragem torna-se uma cultura, fecunda, feita de amor à vida, desde sua concepção até o término natural, da promoção da dignidade da pessoa, da importância da família, do empenho pela justiça e solidariedade.

"Precisamos de cristãos convictos, prontos a responder sobre as razões da esperança que há neles, capazes de afrontar novos desafios culturais num esforço constutivo e consciente com todos os que vivem na sociedade", justificou.

Veneza e Mestre

À noite, o Papa dirigiu-se a Veneza, onde encontrou-se com os cidadãos daquela cidade e venerou as relíquias de São Marcos, custodiadas em uma Basílica local.

Neste domingo, 8, em Mestre, o Papa presidirá a celebração da Santa Missa e recitará o Regina Coeli. À tarde, já em Veneza, almoça com os bispos na sede do Patriarcado, celebra a assembleia de encerramento da Visita Pastoral Diocesena, encontra-se com o mundo da cultura e da economia e abençoa o fim dos trabalhos de restauração da Capela da Santíssima Trindade e a inauguração dos locais da Biblioteca do Studium Generale Marcianum.

Bento XVI retorna a Roma já na noite de domingo.

Visita

A viagem faz parte de uma série de visitas apostólicas que o Santo Padre irá realizar em 2011. O programa inclui viagens internacionais a países da Europa e África (Alemanha, Croácia, Espanha, San Marino e Beni) e viagens a dioceses italianas (Ancona, Lamezia Terme e Certosa di Serra San Bruno).

A visita acontece passados 35 anos do terremoto que destruiu grande parte da região. Em Aquileia, Diocese de Gorizia, a antiga sede do Patriarcado, recorda diversos povos reunidos pelas suas raízes cristãs. Contabiliza-se a presença de 100 mil pessoas, vindas inclusive dos países vizinhos, como Eslovênia , Áustria, Croácia e Hungria. Os bispos do Triveneto esperam de Bento XVI uma luz para o caminho da Igreja na região, uma mensagem que supere as fronteiras italianas e promova um diálogo entre povos, para que encontrem juntos a luz da fé e soluções para os problemas sociais, econômicos e culturais.

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