Aos Dirigentes e Corpo Diplomático

Papa incentiva desenvolvimento da República Centro-Africana

Francisco destaca o lema da República Centro-Africana – unidade, dignidade e trabalho, e pede empenho em sua concretização no país

Kelen Galvan
Da redação

O primeiro discurso do Papa Francisco na República Centro-Africana foi aos dirigentes e ao Corpo Diplomático do país.

Diante da Chefe de Estado da Transição, Catherine Samba-Panza, o Santo Padre expressou seu desejo pelo sucesso das próximas eleições, previstas para o final de dezembro, para que o país possa “empreender serenamente uma nova fase da sua história”.

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Catherine destacou a “coragem” de Francisco por visitar o país e pediu desculpas pelo conflito que acontece há vários anos e já provocou centenas de mortos e deixou quase um milhão de refugiados.

"Também vós, centro-africanos, podeis melhorar esta terra maravilhosa, explorando sensatamente os seus abundantes recursos", diz Papa na República Centro-Africana / Foto: Agência Ecclesia

“Também vós, centro-africanos, podeis melhorar esta terra maravilhosa, explorando sensatamente os seus abundantes recursos”, diz Papa na República Centro-Africana / Foto: Agência Ecclesia

 

Em seu discurso Francisco recordou o lema da República Centro-Africana – unidade, dignidade e trabalho-, e afirmou que essas três palavras exprimem as aspirações de cada cidadão do país e, servem de bússola aos dirigentes, pois representam “um compromisso a executar constantemente”.

Unidade e Dignidade

Sobre a unidade, o Papa destacou que ela é um valor crucial para a harmonia dos povos. “Trata-se de viver e construir a partir da maravilhosa diversidade do mundo circundante (…), que se crie e promova uma síntese das riquezas que cada um traz consigo”.

Contudo, o Pontífice destacou que a unidade na diversidade é um desafio constante, que requer criatividade, generosidade, abnegação e respeito pelo outro.

Quanto à dignidade, sinônimo de honestidade, lealdade, garbo e honra , o Papa explicou que é justamente este valor moral, que caracteriza os homens e mulheres conscientes tanto dos seus direitos como dos seus deveres e que os leva ao respeito mútuo.

“Soube, com prazer, que a República Centro-Africana é o país do «Zo kwe zo», o país onde cada pessoa é uma pessoa. Então, que tudo se faça para tutelar a condição e a dignidade da pessoa humana. E quem tem os meios para levar uma vida decente, em vez de estar preocupado com os privilégios, deve procurar ajudar os mais pobres”, destacou.

Francisco disse ainda que a dignidade do ser humano é trabalhar pela dignidade dos seus semelhantes.

Trabalho

Sobre o trabalho, o Santo Padre enfatizou que é através dele que é possível melhorar a vida das próprias famílias e também do país. “O esforço dos pais exprime o seu amor pelos filhos. E também vós, centro-africanos, podeis melhorar esta terra maravilhosa, explorando sensatamente os seus abundantes recursos”.

Nesse aspecto, o Papa recordou que, em sua Encíclia Laudato Si, chamou a atenção de todos para a “grave responsabilidade” de cada um na exploração dos recursos ambientais e projetos de desenvolvimento que afetam todo o mundo.

E enfatizou: “O trabalho de construção duma sociedade próspera deve ser uma obra solidária. Desde há muito tempo que a sabedoria do vosso povo compreendeu esta verdade, traduzindo-a neste provérbio: ‘As formigas são pequenas, mas, em grande número, conseguem trazer a presa para o seu buraco'”.

Compromisso da Igreja

Por fim, o Pontífice ressaltou o compromisso da Igreja na linha dos valores da unidade, dignidade e do trabalho e renovou sua disponibilidade diante desta nação a fim de contribuir cada vez mais para a promoção do bem comum, através da busca da paz e reconciliação.

Francisco concluiu reafirmando sua alegria em visitar a República Centro-Africana. “País maravilhoso, situado no coração da África, pátria dum povo profundamente religioso, com um rico patrimônio natural e cultural. Nele vejo um país cumulado dos benefícios de Deus”.

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