O Papa Francisco expressou sua gratidão pela visita do Presidente da República italiana eleito há apenas dois meses, Sergio Matarella
Rádio Vaticano
O Papa Francisco iniciou sua série de audiências, no Vaticano, recebendo na manhã deste sábado, 18, o Presidente da República italiana, Sergio Matarella, em visita oficial de Estado. O Chefe de Estado, estava acompanhado pela filha e cinco netos, além de uma comitiva governamental. É a primeira vez que o Presidente Mattarella encontra o Papa.
Após o discurso do Presidente italiano, o Papa tomou a palavra, expressando sua gratidão pela visita do mais Alto Representante do Povo italiano, eleito há apenas dois meses, como também pelas excelentes relações entre a Santa Sé e a Itália. Tais relações foram possíveis através do Tratado de Latrão, que assegurou a soberania e a independência entre ambos os países, como uma sólida colaboração dos valores compartilhados, em vista do bem comum.
Logo, acrescentou o Pontífice, é fundamental, na distinção das diversas competências e no pleno respeito das recíprocas funções, sempre sentiu a necessidade de uma renovada colaboração, que tem como intuito unir as forças pelo bem de todos os cidadãos.
“A Igreja oferece a todos a beleza do Evangelho e da sua mensagem de salvação. Mas, para desenvolver a sua missão, ela precisa de condições de paz e de tranquilidade, que só os poderes públicos podem promover, com a colaboração da Igreja e o seu válido e útil sustento”.
Itália
A história da Itália mostra claramente quanto a contribuição do Cristianismo foi grande para a sua cultura e o caráter da sua população; quanto a fé cristã permeou a arte, a arquitetura e os costumes do país.
Assim, a fé se transformou em obras e estas em instituições, a ponto de dar uma fisionomia peculiar à história e modelar quase todos os aspectos da vida, sobretudo da família, primeiro e indispensável baluarte de solidariedade e escola de valores, cujo desenvolvimento deve ser impulsionado.
O Trabalho
A seguir, o Santo Padre ressaltou um importante tema, entre os diversos bens necessários para o desenvolvimento da coletividade: o trabalho. Este se distingue pela sua íntima ligação com a dignidade da pessoa, para a construção de uma existência digna e livre.
“De modo especial, a falta de trabalho para os jovens se torna um grito de dor, que interpela os poderes públicos, as organizações intermediárias, os empresários e a comunidade eclesial, a fim de que haja um esforço comum para remediar e solucionar, com justa prioridade, este problema social”.
Para um ordenado crescimento da sociedade, frisou o Papa, é indispensável que as jovens gerações, através do trabalho, tenham a possibilidade de projetar o seu futuro com serenidade. Por isso, todos os que ocupam cargos de especial responsabilidade assumam a tarefa primordial de enfrentar este problema, com coragem, criatividade e generosidade.
Salvaguarda do ambiente
Além deste aspecto social, o Pontífice abordou outro tema de suma importância: a salvaguarda do ambiente.
“Para tentar aliviar os crescentes desiquilíbrios e poluição, que às vezes provocam verdadeiros desastres ambientais, é preciso adquirir uma plena consciência dos efeitos e das cruéis consequências do nosso comportamento para com a criação”.
Neste sentido, Francisco se referiu à Exposição universal de Milão, prestes a ser inaugurada, que terá como tema: “Nutrir o planeta: energias para a vida”. Trata-se de um evento importante, no qual serão apresentadas as tecnologias mais modernas, necessárias para garantir uma alimentação salutar, segura e suficiente para todos os povos, em pleno respeito pelo meio ambiente.
“Que este evento possa contribuir, como também aprofundar a reflexão sobre as causas da degradação ambiental, de modo a fornecer às autoridades competentes um quadro de conhecimentos e experiências, indispensáveis para adotar medidas eficazes e preservar a saúde do Planeta, que Deus confiou aos cuidados do gênero humano”.
Ao concluir seu discurso ao novo Presidente da República italiana, o Papa expressou sua gratidão pelo empenho do país em acolher os numerosos migrantes, que, correndo risco de vida, pedem acolhida e asilo. “Jamais devemos nos cansar de solicitar um compromisso sério, sobretudo em nível europeu e internacional.
O Santo Padre se despediu do Presidente Mattarella, desejando-lhe os melhores augúrios, no desenvolvimento do seu alto cargo e, ao mesmo tempo, desejando que a Itália possa levar em conta as nobres tradições da sua cultura, amplamente inspiradas na fé cristã, a fim de progredir e prosperar na concórdia, oferecendo a sua preciosa contribuição para a paz e a justiça no mundo.