Conferência Internacional

Papa fala sobre o surdo na vida da Igreja

Durante a Conferência Internacional “A pessoa surda na vida da Igreja”, o Papa Bento XVI solicitou que as autoridades políticas e civis, bem como os organismos internacionais, assegurem o devido empenho para que se promova o respeito pela dignidade e direitos das pessoas surdas.

O discurso foi realizado nesta sexta-feira, quando o Sumo Pontífice recebeu os participantes da Conferência promovida pelo Conselho Pontifício para a Pastoral no Campo da Saúde. O Papa reconheceu que são “numerosas e delicadas as problemáticas” neste setor: “trata-se de uma realidade complexa, que vai do horizonte sociológico ao pedagógico, do aspecto médico e psicológico àquele ético – espiritual e pastoral”, disse.

O Santo Padre evocou a passagem evangélica em que Jesus abre os ouvidos a um surdo-mudo, convidando-o, depois, a dirigir consigo o olhar interior, do coração, ao Pai celeste.

“Com o seu modo de agir, que revela o amor de Deus Pai, Jesus não sara apenas a surdez física, mas indica que existe uma outra forma de surdez de que a humanidade precisa de ser curada, ou melhor, ser salva: a surdez do espírito, que levanta barreiras sempre cada vez mais elevadas à voz de Deus e do próximo, especialmente ao grito de ajuda dos últimos e dos sofredores, e encerra o homem em um egoísmo profundo e destruidor”.

Para Bento XVI, a cura do surdo-mudo revela o desejo que Jesus tem de criar uma nova humanidade – da escuta, da comunicação, da comunhão com Deus.

“Podemos ver neste sinal o ardente desejo de Jesus de vencer no homem a solidão e a incomunicabilidade criadas pelo egoísmo, para dar rosto a uma nova humanidade, a humanidade da escuta e da palavra, da comunicação com Deus. Uma humanidade boa, como boa é toda a criação de Deus: uma humanidade sem discriminações, sem exclusões, de tal modo que o mundo seja verdadeiramente para todos, campo de genuína fraternidade”.

Infelizmente – alertou o Papa – ao lado de tantos gestos de acolhimento, solidariedade e comunhão com as pessoas surdas, subsistem ainda preconceitos e discriminações, contrários ao respeito pela pessoa e à sua integração social. Sobretudo nos países em vias de desenvolvimento, a surdez é ainda, por vezes, consequência de doenças que se podem tratar, e isso devido à falta de assistência sanitária e de políticas e legislações apropriadas.

“Faço pois apelo às autoridades políticas e civis, assim como aos organismos internacionais, para que ofereçam o necessário apoio para promover, também nesses países, o devido respeito pela dignidade e pelos direitos das pessoas surdas, favorecendo, com ajudas adequadas, a sua plena integração social”, finalizou Bento XVI.

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