O Papa Bento XVI considera que a atual «emergência educativa» consiste na dificuldade cada vez maior de transmitir os valores da vida, explica o porta-voz vaticano.
O padre Federico Lombardi, S.J., aprofundou no discurso que o Papa pronunciou na Basílica de São João de Latrão, em 11 de junho, ao congresso eclesial da diocese de Roma, no último editorial de «Octava Dies», semanário produzido pelo «Centro Televisivo Vaticano», do qual é diretor.
O Santo Padre fala de uma grande “emergência educativa”, ou seja, da dificuldade cada vez maior para transmitir os valores básicos da existência e de um reto comportamento, e atribui a causa a “uma sociedade e uma cultura que com demasiada freqüência fazem do relativismo o próprio credo”, constata.
A situação é tão grave que o Papa vê em nossa civilização uma tendência em certo sentido suicida e fala de um “estranho ódio de si mesma” que hoje a caracteriza», acrescenta o padre Lombardi, que é também diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé.
São palavras muito fortes que vão verdadeiramente contra a corrente e que necessariamente provocaram críticas contra o Papa, acusando-o de rigidez e de ser retrógrado, explica.
Mas todo espírito atento e leal não pode deixar de reconhecer a Bento XVI grande valentia ao apresentar direta e lucidamente o coração dos problemas de nosso tempo, recordando a todos — não só aos católicos — a responsabilidade ante o porvir das futuras gerações», sublinha.
A mensagem não é negativa — insiste –. Não se trata de uma crítica estéril, pois a Igreja está comprometida até o fundo em pôr fundamentos e apresentar orientações sólidas para uma educação integral, a partir da revelação viva com Jesus, e em oferecer a toda a sociedade sua riquíssima experiência educativa.
«É necessário que todos abram os olhos ante as fraquezas mais profundas de nossa cultura e ante os riscos que comportam para o futuro», conclui o padre Lombardi.