Papa diz que é preciso travar a violência no Iraque

Papa Francisco disse que está pronto a ir ao Iraque se for necessário

Agência Ecclesia

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Como é costume, o Papa Francisco falou aos jornalistas durante o voo de retorno à Itália / Foto: L’Osservatore Romano

O Papa Francisco admitiu nesta segunda-feira, 18, o uso da força para travar a crise no Iraque, uma decisão que tem de ser tomada pela ONU, e mostrou-se pronto para ir ao país, se isso for necessário.

“Quando há uma agressão injusta, posso apenas dizer que é lícito travar o agressor injusto. Sublinho o verbo travar, não digo bombardear, fazer a guerra, mas travá-lo”, disse aos jornalistas, no voo de regresso a Roma após uma viagem de cinco dias à Coreia do Sul.

O Papa tem repetido nas últimas semanas vários apelos em favor das populações perseguidas pelos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (ISIS), que tomaram várias cidades iraquianas.

Francisco sublinhou que é necessário avaliar quais os “meios” que se devem usar para agir de forma lícita, sem promover uma “guerra de conquista” por parte das nações mais poderosas, porque “um país, só por si, não pode decidir como travar isto, como travar um agressor injusto”.

“Após a II Guerra Mundial houve a ideia das Nações Unidas, é aí que se deve discutir e dizer: ‘Há um agressor injusto? Parece que sim. Então, como o travamos?’ Apenas isto, nada mais”, precisou.

O Papa chamou a atenção para as minorias religiosas perseguidas e para os “mártires” desta violência.

“Travar o agressor injusto é um direito que a humanidade tem, mas também o agressor tem o direito de ser travado, para que não provoque mal”, realçou.

Francisco admitiu uma visita ao Curdistão, confessando que discutiu “muitas coisas” com os seus colaboradores quando se começou a ter noção da dimensão da situação. “Estou disponível para ir ao Iraque”, revelou, apesar de ter consciência de que “neste momento, não é a melhor coisa a fazer”.

O Papa falou numa “terceira guerra mundial, mas feita aos bocados”, lamentando a “crueldade” de um mundo em que “as crianças não contam” e da “tortura”, usada como meios “quase ordinários nos comportamentos dos serviços de inteligência e nalguns processos judiciais”.

“A tortura é um pecado contra a humanidade, um delito contra a humanidade”, sustentou.

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