Ao receber grupo de missionários italianos, Francisco pediu que o espírito missionário seja mantido sempre vivo
Jéssica Marçal
Da Redação
Um encorajamento à missão pautando-se pelas reflexões da Exortação Apostólica Evangelii gaudium. Assim o Papa Francisco recebeu em audiência na manhã deste sábado, 22, os participantes do Congresso Missionário Nacional da Igreja na Itália. Francisco enfatizou que a missão é tarefa de todos os cristãos e nunca deve perder o sonho da paz.
Esse primeiro documento do pontificado de Francisco – a Evangelii gaudium – fala de uma “Igreja em saída”. O Papa mencionou a Exortação para ressaltar que uma Igreja missionária só pode estar “em saída”, sem medo de encontrar, descobrir as novidades e falar da alegria do Evangelho a todos. Ele enfatizou que os missionários nunca renunciam ao sonho de paz, mesmo quando vivem dificuldades e perseguições.
A Igreja na Itália tem feito muito nesse caminho missionário, enviando padres, religiosas e até leigos para missões na Amazônia, na África e em outras partes do mundo. O Papa voltou a citar em seu discurso o que o cardeal brasileiro Cláudio Hummes lhe disse uma vez: “Quando vou à Amazônia, vou ao cemitério e vejo os túmulos dos missionários. Há tantos. E eu penso: ‘Mas esses podem ser canonizados agora’”.
Francisco pediu empenho apaixonado para manter sempre vivo este espírito missionário que, segundo ele, não é só para alguns. “Vejo com alegria junto aos bispos e padres tantos leigos. A missão é tarefa de todos os cristãos, não somente de alguns (…) A nossa vocação cristã nos pede para sermos portadores deste espírito missionário para que aconteça uma verdadeira ‘conversão missionária’ de toda a Igreja, como desejei na Evangelii gaudium”.
O Santo Padre defendeu ainda que as crianças devem receber uma catequese missionária. É preciso seguir com esperança, disse, gastando a vida por Deus e pelo próximo, a partir dos pobres, que são os companheiros de viagem de uma Igreja em saída e indicam as periferias onde o Evangelho precisa ser proclamado e vivido.
“Sair é não permanecer indiferente à miséria, à guerra, à violência das nossas cidades, ao abandono dos idosos, ao anonimato de tanta gente necessitada. Sair e não tolerar que nas nossas cidades cristãs existam crianças que não sabem fazer o sinal da cruz”.
No final do discurso, o Papa deixou um encorajamento à missão. “Que o Senhor faça crescer em vocês a paixão pela missão e possa tornar-vos testemunhas do seu amor e da sua misericórdia”.