Papa destaca papel da mulher na Igreja e na sociedade

Francisco falou da necessidade de estudar critérios para que as mulheres não se sintam hóspedes, e sim participantes da vida social e eclesial

Da Redação, com Rádio Vaticano

O papel da mulher na Igreja e na sociedade foi o foco do Papa Francisco na manhã deste sábado, 7, quando recebeu em audiência os participantes da Assembleia Plenária do Pontifício Conselho da Cultura. O órgão concluiu hoje os trabalhos sobre o tema “As culturas femininas: igualdade e diferença”.

Para Francisco, trata-se de um tema que lhe interessa particularmente, como reiterado inúmeras vezes, pois segundo ele é necessário estudar critérios e modalidades novas para que as mulheres não se sintam hóspedes, mas plenamente partícipes dos vários âmbitos da vida social e eclesial. “A Igreja é mulher. É a Igreja, não o Igreja”, ressaltou.

Superadas as fases da “subordinação social” e da “igualdade absoluta”, analisou o Pontífice, configurou-se agora um novo paradigma, o da reciprocidade na equivalência e na diferença. Isto é, a relação homem-mulher deveria reconhecer que ambos são necessários enquanto possuem uma idêntica natureza, mas com modalidades próprias.

Agressão

No âmbito desta reciprocidade, Francisco destacou como, infelizmente, o corpo feminino – símbolo de vida – é agredido e deturpado inclusive pelos companheiros de vida.

“As tantas formas de escravidão, de mercantilização, de mutilação do corpo das mulheres nos comprometem, portanto, a trabalhar para derrotar esta forma de degradação que o reduz a um puro objeto de venda nos vários mercados. Desejo chamar à atenção, neste contexto, à dolorosa situação de tantas mulheres pobres, obrigadas a viver em condições de perigo, de exploração, relegadas às margens das sociedades e vítimas de uma cultura do descartável.”

Mulher na Igreja

Quanto ao papel da mulher na Igreja, o Papa se diz convicto da urgência de oferecer espaços às mulheres, levando em consideração as específicas e diversificadas sensibilidades culturais e sociais.

“É desejável, portanto, uma presença feminina mais ramificada e incisiva nas comunidades, de modo que possamos ver muitas mulheres envolvidas nas responsabilidades pastorais, no acompanhamento de pessoas, famílias e grupos, assim como na reflexão teológica.”

Por fim, Francisco encorajou ainda a presença eficaz das mulheres na esfera pública, no mundo do trabalho e nos locais onde são adotadas as decisões mais importantes. “Todas as instituições, inclusive a comunidade eclesial, são chamadas a garantir a liberdade de escolha para as mulheres, para que tenham a possibilidade de assumir responsabilidades sociais e eclesiais, num modo harmônico com a vida familiar.”

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