No Jubileu da Vida Consagrada, Leão XIV se reuniu com milhares de consagrados na Sala Paulo VI e pediu que aprofundem a dimensão sinodal para superar divisões
Da Redação, com Vatican News
Papa cumprimenta consagradas presentes na Sala Paulo VI/ Foto: REUTERS/Remo Casilli
Depois de celebrar a missa por ocasião do Jubileu da Vida Consagrada, o Papa Leão voltou a se reunir com os consagrados de todo o mundo na manhã desta sexta-feira, 10, no Vaticano, dirigindo a eles um discurso cuja mensagem principal foi a importância da sinodalidade. Com efeito, foram muitas as referências a Francisco e a São Paulo VI, mas primeiramente o Santo Padre quis reiterar o quanto a Igreja necessita dos consagrados e de toda a diversidade e riqueza das formas de consagração e de ministério.
“Com esta vitalidade e com o testemunho de uma vida onde Cristo é o centro e o Senhor, vocês podem ‘despertar o mundo’. Neste sentido, vocês devem estar radicados Nele. Somente assim, poderão realizar a missão de modo mais fecundo, vivendo a vocação como parte da maravilhosa aventura que é seguir Jesus mais de perto.”
Os consagrados, disse ainda o Papa, podem se tornar o “traçado de um caminho luminoso no grande projeto de paz e salvação que Deus tem para a humanidade”. Por isso, a exortação do Santo Padre é para que “voltem ao coração” para redescobrir a centelha que animou o início da própria vocação. Segundo o Santo Padre, é no coração que se produz a paradoxal conexão entre a valorização de si e a abertura aos outros.
Além disso, os consagrados são hoje portadores e testemunhas da profunda necessidade de esperança e paz que habita o coração de cada homem e mulher deste tempo, disse o Pontífice. Ele sublinhou que eles são propagadores da concórdia através da palavra e do exemplo, com aquela fé que faz reconhecer em cada ser humano um único rosto sagrado e maravilhoso: o de Cristo.
Papa durante discurso aos consagrados no Jubileu da Vida Consagrada /Foto: REUTERS/Remo Casilli
Sinodalidade, o “diálogo doméstico”
Leão XIV falou dos muitos campos de atuação dos consagrados – como a fraternidade, junto aos pobres e no cuidado da criação -, mas pediu uma atenção particular à promoção da sinodalidade, retomando uma definição de Paulo VI: o “diálogo doméstico”. “É esta missão entusiasmante que hoje é confiada a vocês”, disse o Papa, “para uma contínua renovação do Corpo de Cristo nas relações, nos processos, nos métodos”.
Para o Pontífice, a organização da própria Vida Consagrada, com o caráter internacional e intercultural dos institutos, a coloca numa condição privilegiada para poder viver diariamente valores como escuta recíproca, participação, compartilha de opiniões e capacidades, e busca comum de caminhos segundo a voz do Espírito.
“De tudo isso, a Igreja lhes pede hoje que sejam testemunhas especiais nas várias dimensões de sua vida, em primeiro lugar caminhando em comunhão com toda a grande família de Deus, sentindo-a como Mãe e Mestra, compartilhando a alegria de sua vocação e também, onde necessário, superando divisões, perdoando injustiças sofridas, pedindo perdão pelos fechamentos ditados pela autorreferencialidade. Trabalhem para se tornar, dia após dias, sempre mais ‘especialistas de sinodalidade’, para serem profetas a serviço do povo de Deus.”
Antes de concluir, o Santo Padre convidou os consagrados a olhar para o amanhã com serenidade e confiança e a não terem medo de fazer escolhas corajosas. “Como dizia o Papa Francisco, a nossa esperança não se baseia em números ou obras, mas Naquele no qual depositamos a nossa confiança e para o qual nada é impossível”.
“Caríssimos, continuem com esta confiança o próprio caminho! Eu lhes agradeço pela fidelidade e pelo grande bem que fazem na Igreja e no mundo. E lhes prometo uma lembrança especial na oração. Eu os abençoo de coração!”, concluiu.
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