O papa Bento XVI aceitou a renúncia do arcebispo de Varsóvia, Stanislaw Wielgus, que na sexta-feira(5) admitiu ter sido espião dos serviços comunistas poloneses, informou o Vaticano.Dom Wielgus afirmou em declarações à edição polonesa de Rádio Vaticano que tinha colaborado com o regime comunista polonês no passado.
A renúncia foi apresentada este domingo(7), o mesmo dia que tinha programado ingressar na Basílica catedral de São João Batista na Varsóvia, para dar início a seu ministério pastoral. Pouco antes a Conferência episcopal polonesa emitiu um comunicado informando que a cerimônia de posse do Alto prelado fora cancelada. O cardeal-primaz da Polônia, Jozep Glemp, será o administrador do arcebispado até nova disposição, por decisão do Pontífice.
"A nunciatura polonesa comunicou que monsenhor Wielgus, arcebispo de Varsóvia, no dia previsto de sua posse para dar início ao seu ministério pastoral na Igreja da capital polonesa, apresentou ao Papa a sua demissão do ofício canônico em respeito a uma norma do Código de Direito Canônico", informou uma nota da sala da imprensa vaticana. A nota prossegue anunciando que Joseph Ratzinger aceitou a renúncia e nomeou Glemp administrador diocesano de Varsóvia até segunda ordem.
A norma número 2 do cânone 401 do Código de Direito Canônico, citada pelo Vaticano ao anunciar a demissão de monsenhor Wielgus, afirma que "o bispo diocesano que por doença ou outra grave causa resultar menos idôneo ao cumprimento de seu ofício, é convidado vivamente a apresentar a demissão do cargo". Durante a noite houve conversações entre a Santa Sé e o Estado polonês, segundo a televisão pública da Polônia