Governo estadual paulista afirma que medidas adotadas serão baseadas em dados científicos
Da redação
O governador do estado de São Paulo, João Dória, anunciou nesta quarta-feira, 22, durante a tradicional coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, que a reabertura do comércio será feita de maneira gradual e direcionada segundo pesquisas e dados científicos. A quarentena, porém, segue nos moldes atuais até 10 de maio.
Patrícia Ellen, secretária de Desenvolvimento Econômico, disse que os setores de maior vulnerabilidade econômica terão uma atenção maior do governo. Além disto, cinco protocolos serão desenvolvidos para que a reabertura aconteça: distanciamento social, higiene pessoal, comunicação (a fim de que funcionários e clientes tenham conhecimento dos riscos dos procedimentos adotados), sanitização e monitoramento. “Teremos protocolos específicos para ambientes e setores. Estamos aproveitando os protocolos da OMS [Organização Mundial de Saúde] e definindo protocolos-padrão”, explicou Patrícia Ellen.
Henrique Meirelles, secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, informou ainda que os planos de ajuda à população devem ser aplicados de maneira mais rápida. “É muito importante a manutenção da liquidez das empresas. E, neste aspecto, temos dois focos de ação: desde as ações de repasse dos recursos por parte do Banco Central, por meio do BNDS e do sistema financeiro, mas isto tem limitações devido à complexidade do trajeto. É muito importante que os programas sejam implementados de forma rápida e eficaz”, disse.
Meirelles discorreu os pontos principais que o governo de São Paulo pretende adotar para auxiliar as empresas e proteger os empregos no estado. “O Estado está fazendo sua parte, não só no campo da saúde, mas também na economia, com a ação atuante principalmente do Banco Desenvolve São Paulo e do Banco do Povo, que faz empréstimos para pessoas físicas de baixa renda”, explicou.
David Uip, coordenador do Comitê de Saúde do Centro de Contingência do Covid-19, voltou a dizer que todas as ações do Estado estão alinhadas à ciência e tecnologia. “O Centro continua funcionando diariamente e nossa estratégia é muito clara: seguimos as curvas epidemiológicas, as movimentações do vírus. Todas as nossas sugestões foram atendidas de maneira integral e baseados apenas em ciência”, ponderou.
Questionado acerca do exemplo seguido pela Alemanha, que também abriu sua economia de maneira gradual, os secretários disseram, por ora, não temerem uma segunda volta da doença. “Este é o comportamento das epidemias: elas têm um comportamento de ataque e, conforme as pessoas vão se imunizando, ela termina seu ciclo. Em todos os países que observamos, ela durou cinco ou seis meses. Mas ela continua circulando, mas não tão agressivo pela quantidade menor de pessoas que ele consegue atacar. E esta é a fisiopatologia de uma epidemia”, detalhou José Henrique Germann, secretário de Saúde do estado de São Paulo.