Secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano, padre Alexandre Awi comenta o novo documento “Christus Vivit”
Julia Beck,
Da redação, com colaboração de Lízia Costa
Divulgada nesta terça-feira, 2, a nova exortação apostólica do Papa Francisco “Christus Vivit”, foi inspirada pelo Sínodo dos Bispos dedicado aos jovens, e é, segundo o secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano, padre Alexandre Awi Mello, uma parte essencial de um caminho sinodal que continua: “Eu diria que é parte de um processo que começou faz dois anos e que agora tem uma culminação, mas que não é o final. Então, sem dúvida, é a cereja da torta. A exortação do Papa é algo fantástico, com uma linguagem muito jovem, muito próxima”.
Padre Alexandre sublinhou ainda a linguagem usada pelo Santo Padre: “Uma carta que fala ao coração dos jovens, então não é um texto técnico, mas é um texto que recorda todo o caminho sinodal, o sínodo propriamente, o documento final, e agora é o momento de saborear essas palavras porque foram dirigidas aos jovens em primeira pessoa, o Papa falou com os jovens”. O sacerdote afirmou que o documento tem uma riqueza bíblica muito grande e comentou a menção de santos jovens. “Eu mesmo não conhecia muitos deles”, contou.
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.: Íntegra da Exortação Apostólica “Christus Vivit”
A força querigmática do Papa foi sublinhada pelo secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano. “Ele vai no que é central, anunciar que Cristo está vivo, e este é o título da exortação e que não é à toa, tem um sentido muito grande”, frisou. De acordo com padre Alexandre, Francisco ensina que o importante é anunciar que Deus ama os jovens, que salvou a todos e está vivo hoje. “Isso só se faz na força do Espírito Santo, é a mensagem central que todos nós devemos acolher, para transmitir”, exortou. Para o sacerdote, é preciso uma maior atenção com a juventude.
“Não podemos ignorar todas as pessoas que estão longe, que tem que fazer um caminho que não deve ser em primeiro lugar uma doutrinação, mas que tem que ser um processo de encontro com Jesus Cristo. O Papa disse até mesmo de uma pastoral popular juvenil que pode nos dar muita riqueza para o trabalho posterior”, observou.
Para o secretário do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida do Vaticano o maior desafio é a leitura e a transmissão do conteúdo aos jovens. “229 parágrafos. Nem todos os jovens irão ler, mas encontraremos a linguagem jovem a partir dos próprios jovens, eles mesmos serão desafiados a transmitir essa mensagem do Papa”, comentou padre Alexandre que continuou: “O Papa falou de uma maneira muito fácil de entender, mas precisa ser transmitido e essa é a mensagem que o Papa nos deixa agora como pastoral juvenil, como dicastério”.
O sacerdote aproveitou para retomar a data do Fórum Internacional da Juventude que acontecerá entre os dias 18 a 22 de junho, em Roma, e que tem como motivação manter vivo o tema do Sínodo sobre a juventude. Segundo padre Alexandre, o evento será uma oportunidade de reunir jovens do mundo inteiro, de todos os movimentos eclesiais internacionais e também de muitas novas comunidades e conferências episcopais.