O delegado da Cáritas junto às Nações Unidas conta como vivem as pessoas nos países mais atingidos pelo Ebola
Da redação, com Rádio Vaticano
O presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, foi visitar Serra Leoa e Libéria, os dois países mais atingidos pelo Ebola, nesta sexta-feira, 19.
Segundo o sacerdote que o acompanha, padre Padre Roberto Vitillo, também Delegado junto às Nações Unidas em Genebra para a Caritas Internacional, todas as dioceses da região já foram visitadas. Houve ainda um encontro com responsáveis pelos projetos de assistência da Igreja e das organizações internacionais na assistência às populações atingidas pelo vírus do Ebola.
“Encontramos os bispos dos dois países e os responsáveis pelas Cáritas nacionais e diocesanas, e constatamos como a Igreja está muito comprometida em responder à emergência representada pelo ebola, especialmente em mobilizar as pessoas, educando-as à prevenção. As paróquias têm um papel importante em ensinar como impedir a difusão do vírus”, disse.
Padre Roberto Vitillo detectou que um dos maiores dramas provocados pelo ebola são os órfãos. Segundo ele, somente em Serra Leoa existem mais de 2.500 crianças, que ficaram órfãs por causa do vírus. As famílias de origem os rejeitam pois temem que possam ser fonte de contágio, “algo absolutamente falso”, avalia o sacerdote.
“Existem alguns projetos da Igreja em favor deles, como o dos Salesianos nas proximidades de Freetown (capital de Serra Leoa), que prevê uma acolhida inicial de 120 crianças, para depois procurar uma reinserção nas famílias. Será necessário tempo, mas estamos trabalhando neste sentido”, garantiu.
Outro problema apontado pelo padre são as famílias colocadas em quarentena sanitária, que não têm meios para comprar alimentos. As paróquias organizaram-se para levar comida a estas famílias. “Por fim, todas as estruturas sanitárias da Igreja nos países atingidos estão mobilizadas para enfrentar a emergência”, lembrou.
O sacerdote conclui afirmando que “o trabalho mais importante é a longo prazo, voltado a combater a estigmatização social daqueles que sobreviveram ao ebola, cerca de 50% dos infectados”.