Porta-voz da Santa Sé falou sobre o encontro entre os presidentes de Israel e Palestina com o Papa Francisco e Bartolomeu I nos Jardins Vaticanos
Da Redação, com Rádio Vaticano
“O Papa fala sempre da cultura do encontro: pois bem, o de ontem foi realmente um encontro entre as pessoas, sob o signo da fé”, destacou o Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Padre Federico Lombardi, sobre o histórico encontro dos Presidentes de Israel e Palestina, com o Papa Francisco, nos Jardins Vaticanos, neste domingo, 8.
O Porta-voz comentou, em entrevista à Rádio Vaticano, sobre o evento.
Padre Lombardi – O Papa Francisco, de acordo com os outros participantes deste encontro, quis dar um sinal muito forte de súplica a Deus, de abertura e, portanto, de um horizonte de empenho maior e diferente, a serviço da paz. E como dizia o Padre Custódio dois dias atrás, bem, talvez não eclodirá a paz, no sentido de que a situação não mudará de um dia para outro no Oriente Médio; porém, certamente as pessoas de boa vontade e as pessoas que acreditam em Deus deram uma contribuição nova, forte, com todas as suas forças, para implorar a ajuda da graça do Senhor ao dom da paz e à capacidade dos corações de se converterem a uma atitude diferente.
Rádio Vaticano – Além das palavras, impressionaram também os gestos?
Padre Lombardi– Certamente. Houve aperto de mãos e abraços sinceros; além da oliveira, que é um sinal clássico dos gestos, dos momentos em que se busca construir a paz. Em especial, o que impressionou, e que era muito desejado e aguardado, foi o abraço entre os dois presidentes, que foi um momento de “libertação” dos protagonistas, dos povos que desejam sinceramente a paz, porém, têm dificuldade em encontrar o caminho. Esta vontade foi bem manifestada pelos abraços de ontem.
Rádio Vaticano – Esta manhã, a imprensa destacou a frase do Papa de ter “a coragem da paz”.
Padre Lombardi – O próprio encontro foi um ato de coragem, porque o realismo tímido leva ao desencorajamento diante de tantas falências que se encontram no caminho da paz. Mas o fiel é aquele que continua a olhar para Deus e dali tira a coragem de que necessita. Nós acreditamos que sempre seja possível algo de novo e isso pedimos a Deus e buscamos colocar-nos em caminho, com todas as nossas forças.
Rádio Vaticano – Qual a importância da presença de Bartolomeu I neste encontro?
Padre Lombardi – Bartolomeu deu este sinal do ecumenismo cristão. No fundo, não se deve esquecer que a noite de ontem foi, num certo sentido, a verdadeira conclusão da viagem à Terra Santa, porque era um evento lançado e preparado com esta peregrinação, em que Bartolomeu foi protagonista com Papa. Não é só o Francisco, com o seu carisma; não são somente os católicos, mas são todos os cristãos que se unem a todos os fiéis, judeus, e muçulmanos, ao buscar a paz desta região que é tão importante para todos. Por isso, foi importante também a presença do Patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, Teófilo, o “primus” da comunidade cristã de Jerusalém, como também do Patriarca latino Twal.