“Fátima é um marco novo na própria história da Igreja. Fátima é, queiram ou não queiram, a verdadeira aurora dos Tempos Novos”, diz padre
André Cunha
Da redação, com produção de Kelen Galvan
A profecia de Fátima, que completa 100 anos neste mês de maio, atravessou o tempo e os mares, atingindo os cinco continentes do planeta. A explicação para esse fenômeno é que, ao contrário de outras aparições, Fátima não se dirigiu apenas à geração de 100 anos atrás, mas às posteriores.
Em 13 de maio de 2007, o então Papa Bento XVI disse o que resumiria a importância das aparições de Nossa Senhora de Fátima em Portugal: “Com o seu veemente apelo à conversão e à penitência, é, sem dúvida, a mais profética das aparições modernas”, afirmou o Pontífice.
Nesse sentido, e conforme explica o padre Alex Brito, membro da Associação Arautos do Evangelho e Doutor em Direito Canônico, à medida que as décadas vão passando e o “mundo vai agonizando em meio às apreensões e tragédias, as palavras proféticas da Mãe de Deus tomam mais atualidade.”
“Parecem ditas para os nossos dias, para nossa Pátria, para cada um de nós. Essa tese se sustenta a si mesma quando analisamos o conteúdo da mensagem. O que nos permite afirmar que Nossa Senhora quis que, dentre as demais aparições, esta tivesse especial destaque”, explicou o padre.
A confirmação da Igreja foi fundamental no processo de expansão dessa devoção. Ao analisar as profecias de Fátima, a Igreja concluiu que tudo o que Maria previu se realizou, comprovando sua veracidade. As autoridades eclesiásticas e o Magistério da Igreja se pronunciaram a respeito da Mensagem, reconhecendo a autenticidade das aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria.
“Não existe apenas uma razão para que a Mensagem de Fátima tenha se difundido pelo mundo todo, mas há uma que tem particular importância: o posicionamento do Magistério. Desde as primeiras notícias das aparições de Fátima, os Papas deram mostras de simpatia e apoio”, afirmou o sacerdote.
Para o padre Alex, o culto público dado ao título Nossa Senhora de Fátima vem realçar a confiança com que a Igreja respalda as aparições. De fato, por todas as dioceses católicas multiplicam-se, ainda hoje, lugares de culto dedicados a Virgem de Fátima.
A tudo isso se soma a beatificação de Jacinta e Francisco, os bem-aventurados mais jovens da Igreja, realizada pelo Papa João Paulo II, em 13 de maio de 2000. Também a Ir. Lúcia teve seu processo de beatificação iniciado a nível diocesano e se espera vê-la ascender à honra dos altares.
“Fátima não é, portanto, um fato ocorrido apenas em Portugal, nem mesmo interessa apenas a nosso tempo. Fátima é um marco novo na própria História da Igreja. Fátima é, queiram ou não queiram, a verdadeira aurora dos Tempos Novos, cujos albores despertaram no momento em que Nossa Senhora baixou à Terra e comunicou a três pastorinhos as lições severas sobre o crepúsculo de nossos dias, e as palavras esperançosas sobre os dias de bonança que a Misericórdia Divina prepara para a humanidade quando esta finalmente se arrepender”, disse padre Alex.
O Rosário e a expansão da devoção
Segundo padre Alex, a devoção ao Santo Rosário teve enorme importância nas aparições de Nossa Senhora em Fátima. Logo, pode-se afirmar que o aumento de tal devoção deveu-se sim às recomendações feitas pessoalmente pela própria Mãe de Deus.
Na sua última aparição aos pastorinhos, Ela lhes disse: “Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas”.
“Ou seja, afirmou que o fim da Guerra e a suspensão do castigo dependia em grande medida da recitação do Rosário, pois só nele as pessoas encontrariam forças para mudar de vida”, ressaltou o padre.
“Rezava-se o rosário para obter o fim da Guerra. Reza-se hoje para obtermos a paz e para que se cumpra a promessa feita por Nossa Senhora: “Por fim, meu Imaculado Coração Triunfará”! O Triunfo do Imaculado Coração de Maria nada mais é do que o cumprimento daquilo que pedimos no Pai Nosso: ‘Venha a nós o Vosso Reino'”, acrescentou.
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