Especialista ressalta importância da tolerância no ambiente de trabalho
André Prado*
Na vida pessoal todos podem ser seletivos ao convidar pessoas com quem desejam conviver em seus momentos de lazer. Entretanto, no meio corporativo isto nem sempre é possível de acontecer. Existem colaboradores cujas relações fluem com sinergia e outros em que o relacionamento não é tão bom assim.
Um ditado popular afirma que é impossível agradar a gregos e troianos. Mas tratando-se do ambiente de trabalho, se for necessária a convivência em uma mesma sala, setor ou departamento, a tolerância é a atitude mais recomendada.
Entretanto, existem os que querem fazer com que os demais membros do grupo sejam induzidos a agir constantemente da forma que desejam. Quando contrariados partem para as maledicências ou perseguições, tratando de minar as relações com aqueles que pensam de modo diferente.
Este é um erro crasso, pois a maior riqueza das equipes está da diversidade de pensamento e não no pensamento formatado. Lamentavelmente existem alguns ocupantes de cargos privilegiados nas organizações que tentam fazer isto.
Um pensador certa vez citou que existem indivíduos que querem padronizar as pessoas comparando-as com frutas batidas em um liquidificador para fazer uma geleia com um único sabor, sendo que o melhor a fazer é uma salada de frutas onde cada qual preserva o próprio sabor.
O corporativismo nas organizações
Em diversas situações o corporativismo pode prejudicar uma organização. Alguns chefes infelizmente se juntam apenas com aqueles que fazem tudo o que mandam e se afastam dos que pensam de forma diferente criando gravíssimas rupturas.
Às vezes pode ocorrer do próprio colaborador se afastar do grupo por saber que seus pensamentos distintos jamais serão aceitos. Quando isto ocorre o trabalho em equipe poderá sofrer sérios comprometimentos.
A tolerância de ideias diferentes pode enriquecer a empresa ao invés de gerar cisões. O consenso deve ser buscado sempre. Repete-se dentro de alguns locais que a unanimidade é burra. No entanto, existem chefes que almejam apenas a unanimidade desejando que todos sigam unicamente suas ideias.
O bom líder sabe conviver com as diversidades de gênero, raça, idade, cultura e ideologias divergentes. Aceitar o diferente e extrair o melhor de cada colaborador exige habilidades e competências que poucos possuem.
Lastimavelmente um número considerável de pessoas se fecha em grupos com a desculpa de defender uma cultura de visão cartesiana, obtusa e unilateral, enxergando apenas o que convém aos seus superiores hierárquicos.
Obviamente que existem decisões tomadas por equipes na organização cujos colaboradores terão de apoiar por terem sido ampla e democraticamente debatidas. No entanto, tentar impor decisões garganta abaixo tomadas por uma pequena cúpula sem socializar os prós e contras para conscientizar os trabalhadores, poderá gerar resistência e indiferença.
Isto pode ser um perigo, pois depende da consciência de quem estiver na liderança para saber se as ideias serão usadas para o bem ou para o mal. Um exemplo disso pode ser ilustrado pelas determinações de Adolf Hitler induzindo ao genocídio de milhões de judeus. Em contrapartida, Mahatma Gandhi libertou uma quantidade muito maior de indianos sem empunhar uma única arma. Ambos eram líderes, porém um utilizava a consciência para o mal e o outro para o bem.
É digno de nota ressaltar que é preciso estar atento à Ética Empresarial. Afinal esta retrata o comportamento, princípios e valores da organização no meio social. Se os valores internos da empresa não forem apropriados, isto pode externar indevidamente para clientes e sociedade e atingir a imagem organizacional.
Em suma é preciso estar atento e um bom líder dever saber dirigir equipes utilizando práticas mais apropriadas de gestão existentes. De toda forma, não existem pessoas e nem empresas perfeitas.
De mais a mais, toda empresa sempre possuirá colaboradores classificados por alguns como péssimos, medianos ou de excelência. Não convém ficar reclamando daqueles colaboradores classificados no nível mais baixo, pois estes não se estabelecem no decorrer do tempo e acabam por ressaltar ainda mais a eficiência dos bons profissionais.
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*André Prado é Mestre em Educação com Menção em Gestão pela Universidad Politécnica Salesiana Ecuador, pós-graduado em Engenharia da Qualidade e bacharel em Administração de Empresas. Desenvolve atividades na Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo, Faculdade Canção Nova e Centro Universitário Teresa D´Ávila. Para conhecer mais sobre gestão visite o site: www.andreprado.com.br