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Os Papas e a FAO: Igreja mostra sinergia no combate à fome

Francisco discursa à FAO nesta quinta-feira; Papas sempre mantiveram esse contato para auxiliar no combate à fome

Rádio Vaticano

Paulo VI, pontífice que iniciou os discursos dos Papas à FAO / Foto: Arquivo

Paulo VI, pontífice que iniciou os discursos dos Papas à FAO / Foto: Arquivo

A visita do Papa Francisco à Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), nesta quinta-feira, 20, entra para a história como parte da tradição dos Pontífices em levar à Comunidade Internacional a preocupação – e as ações – da Igreja no combate à fome. A segunda conferência internacional sobre nutrição começou, nesta quarta-feira, 19, e termina amanhã com o tema “Melhor nutrição, melhores vidas”.

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A tradição teve início com Paulo VI, em 1970, quando o Pontífice foi à FAO por ocasião do aniversário de 25 anos de fundação da organização. “A Igreja adere de forma desinteressada ao grandioso e complexo trabalho da FAO em promover uma ação internacional para fornecer alimento a todas as pessoas”, afirmou o Beato.

João Paulo II

João Paulo II, Papa`que discursou 14 vezes à FAO / Foto: Arquivo

João Paulo II, Papa que discursou 14 vezes à FAO / Foto: Arquivo

Nove anos mais tarde, São João Paulo II também ocuparia a tribuna para levar sua primeira mensagem à FAO, num total de 14 reflexões dirigidas à agência.

Em 1979, após a visita às Nações Unidas em Nova Iorque, João Paulo II lembrou que a FAO foi a primeira Organização Intergovernamental com a qual a Santa Sé estabeleceu relações diplomáticas.

Por unanimidade, em 1948, a FAO concedeu à Santa Sé o status de Observador Permanente, único no seu gênero que garante à Santa Sé o direito não somente de participar nas conferências da FAO, mas também em outros aspectos da sua atividade e de ter direito à palavra, mesmo sem direito de voto. “Isso está em perfeita sintonia com a natureza da missão religiosa e moral da Igreja”, destacou João Paulo II.

No início da década de 1980, João Paulo II incentivou uma mudança de paradigma na luta contra a fome. “Terminou-se o tempo da tentativa de garantir o direito à alimentação com programas de ajuda realizados mediante a doação da produção excedente ou com programas de socorros urgentes ocasionais”.

Em 1992, João Paulo II também discursou na 1ª Conferência Internacional sobre Nutrição, a mesma reunião que hoje, 22 anos mais tarde, se repete. João Paulo II falou de um paradoxo que ainda é uma realidade. “Ouçam o grito de dor de milhões de pessoas diante do escândalo provocado pelo ‘paradoxo da abundância’ que constitui o principal obstáculo à solução do problema da nutrição da humanidade”.

Bento XVI

Bento XVI / Foto: Arquivo

Bento XVI enfatizou o papel da Igreja na luta contra a fome/ Foto: Arquivo

Em 2009, novamente um Pontífice voltaria à FAO. Bento XVI finalizou seu discurso com um apelo: “A fome é o sinal mais cruel e concreto da pobreza. Não é possível continuar a aceitar opulência e desperdício, quando o drama da fome assume dimensões sempre maiores”.

O Papa emérito enfatizou mais uma vez o papel da Igreja na luta contra a fome. “A Igreja não tem a intenção de interferir nas opções políticas. Respeitadora do saber e dos resultados alcançados pelas ciências, assim como das escolhas determinadas pela razão, quando as mesmas são esclarecidas de maneira responsável por valores autenticamente humanos, ela une-se ao esforço para erradicar a fome”.

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