Uma delegação da Caritas Internacional e da Cooperação Internacional das Igrejas da Europa para o Desenvolvimento Econômico (CIDSE), acompanhados de especialistas em clima, encontraram-se com o Presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, em Nova York. O encontro aconteceu na véspera do início da Cimeira que reuniu líderes mundiais para discutir as alterações climáticas. Esta reunião aconteceu devido a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas em Copenhague.
A delegação tinha como objetivo sensibilizar e comprometer os estados membros da União Europeia e os países ricos, para alcançar um acordo efetivo e igualitário, além de pedir que esta questão seja encarada como uma prioridade política.
Durão Barroso enalteceu os esforços das agências católicas para o desenvolvimento, CIDSE e Cáritas International, que juntos representam a maior aliança humanista e de desenvolvimento mundial. O Presidente da Comissão Europeia pediu que as agências continuem o seu trabalho de forma a alcançar um acordo ambicioso sobre as alterações climáticas.
“É um imperativo moral e econômico garantir o futuro das nossa crianças”, sublinhou Durão Barroso.
O secretário geral da CIDSE, Bernd Nilles, apontou que, apesar de as propostas da União Europeia sobre as alterações climáticas serem ambiciosas, comparado com o que outros países têm feito, é necessário fazer mais para evitar uma perigosa alteração climática e salvar os mais pobres de um maior sofrimento.
O responsável da CIDSE incitou Durão Barroso a esforçar-se para alcançar um novo acordo climático mais ambicioso, que inclua uma significativa redução da emissão dos gases de efeito de estufa (40% ou mais até 2020). Bernard Nilles pediu ainda que Durão Barroso promova a ajuda aos países em vias de desenvolvimento para se adaptarem às alterações climáticas.
A CIDSE e a Caritas sublinham que a ajuda tem de incluir um apoio financeiro adicional, tal como os países se haviam comprometido para atingir os objetivos de desenvolvimento do milênio.
O chefe da delegação Cardeal Keith O’Brien, do Reino Unido, afirmou que os países ricos têm um inequívoco dever moral de reduzir as emissões de gases e ajudar os países em vias de desenvolvimento que sofrem as consequências devastadoras do uso de combustíveis fósseis, por parte dos países ricos, para conseguir benefícios econômicos.
Já o Arcebispo Onaiyekan, da Nigéria, que integrou a delegação, falou em nome das pessoas que “nem sequer sabem o que são as alterações climáticas, mas sofrem os seus devastadores impactos”. O líder da Igreja nigeriana apontou que a atual crise sobre o clima “ultrapassa os interesses nacionais. O que pedimos não se pode confundir com caridade para os países em vias de desenvolvimento. As alterações climáticas referem-se ao futuro da humanidade e dizem respeito a todos”.
No encontro, a delegação entregou a Durão Barroso a Declaração de Justiça Climática, um documento que pede aos líderes mundiais que mostrem “liderança política e moral” e se centrem nas populações mais pobres.
Os signatários da declaração assinalam trabalhar diariamente com “o bilião de pessoas mais necessitadas” e afirmam que as alterações climáticas provocam mais de “300 mil mortes todos os anos, a sua maioria nos países em vias de desenvolvimento”.
Siga o Canção Nova Notícias no twitter.com/cnnoticias
Conteúdo acessível também pelo iPhone – iphone.cancaonova.com