Caros Irmãos e Irmãs,
A liturgia desse IV Domingo de Páscoa nos apresenta um dos ícones mais belos dos primeiros séculos da Igreja, apresentaram o Senhor Jesus como o Bom Pasto. O Evangelho de São João, no capítulo 10, nos descreve entre as peculiaridades do relacionamento entre Cristo Pastor e seu rebanho, um relacionamento totalmente próximo que nenhum poderá tirar as ovelhas de suas mãos.
Essas, de fato, estão unidas a Ele por um vínculo de amor e de recíproco conhecimento, que garante a eles o dom incomensurável da vida eterna. Ao mesmo tempo, a atitude do rebanho para com o Bom Pastor, Cristo, é apresentada pelo Evangelista com dois verbos específicos: escutar e seguir.
Estes termos designam as características fundamentais daqueles que vivem o discipulado do Senhor. Antes de tudo, a escuta da sua Palavra, da qual nasce e se alimenta a fé. Somente quem é atento à voz do Senhor é capaz de avaliar as decisões corretas em sua própria consciência para agir de acordo com Deus.
Da escuta deriva, assim, o seguir Jesus: se age como discípulos depois de ter escutado e acolhido interiormente os ensinamentos do Mestre, para viver cotidianamente.
Neste domingo, vem espontaneamente recordar a Deus os pastores da Igreja e aqueles que estão se formando para se tornarem pastore. Convido-os, por tanto, a uma especial oração pelos bispos – incluindo o bispo de Roma! – pelos párocos, por todos aqueles que possuem a responsabilidade de guiar o rebanho de Cristo, de modo que sejam fiéis e prudentes no cumprimento de seus ministérios.
Em particular, rezamos pelas vocações ao sacerdócio nesta Jornada Mundial da Oração pelas Vocações, para que não faltem jamais valiosos operários na colheita do Senhor. Há 70 anos, o Venerável Pio XII instituía a Pontifícia Obra para as Vocações Sacerdotais. A feliz intuição do meu predecessor se fundava na convicção que as vocações crescem e amadurecem nas igrejas particulares, facilitadas pelos contextos familiares sadios e reforçadas pelo espírito de fé, de caridade e de piedade.
Na mensagem enviada para esta Jornada Mundial destaquei que uma vocação se cumpri quando sai “da própria vontade fechada e da própria ideia de autorrealização para imergir-se numa outra vontade, aquela de Deus, deixando-nos guiar nos essa”.
Também neste tempo, no qual a voz do Senhor está susceptível a ser submersa em meio a tantas outras vozes, cada comunidade eclesial é chamada a promover e cuidar das vocações ao sacerdócio e à vida consagrada. Os homens, de fato, têm sempre necessidade de Deus, também no nosso mundo tecnológico, e terão sempre necessidade de pastores que anunciam Sua Palavra e necessidade de encontrar o Senhor nos Sacramentos.
Caros irmãos e irmãos, revigorados pela alegria pascal e pela fé no Ressuscitado, confiamos nossos propósitos e nossas intensões a Virgem Maria, mãe de cada vocação, para que com sua intercessão sejam inspiradas e sustentadas numerosas e santas vocações a serviço da Igreja e do mundo.
Depois da oração do Regiona Coeli, o Santo Padre saudou os peregripos em diversas línguas e recordou as recentes beatificações e conflitos no mundo
Continuo a seguir com grande apreensão o dramático conflito armado que, na Líbia, causou um elevado número de vítimas e sofrimento, sobre tudo na população civil. Renovo um apelo urgente para que a caminho da negociação e do diálogo prevaleça sobre aquele da violência, com a ajuda dos organismos internacionais que operam na busca por uma solução às crises. Asseguro, novamente, as minhas oração e minha participação nos empenhos das igrejas locais na assistência à população, em particular, no tratamento das pessoas consagradas presentes nos hospitais.
O meu pensamento vai também para a Síria, onde é urgente a restauração da convivência caracterizada pela cordialidade e pela unidade. Peço a Deus que não haja mais derramamento de sangue naquela pátria de grandes religiões e civilizações e convido as autoridade e todos os cidadãos a não pouparem esforços na busca pelo bem comum e no acolhimento de legítimas aspirações a um futuro de paz e de estabilidade.
Caros irmão e irmãs, a beatificação do Papa João Paulo II teve um repercussão mundial. Existem muitos outros testemunhos exemplares de Cristo menos conhecidos que a Igreja mantém com alegria para a veneração dos fiéis. Hoje, em Würzburg, na Alemanha, foi proclamado beato Georg Häfner, sacerdote diocesano, morto como mártir no campo de concentração de Dachau. E no sábado passado, dia 7 de maio, em Pozzuoli [na Itália], foi beatificado outro presbítero, Giustino Maria Russolillo, fundador da Sociedade das Divinas Vocações. Agradeçamos ao Senhor para que não faltem santos sacerdotes em Sua Igreja!