Após ataques a estruturas petrolíferas sauditas neste sábado, 14, o Conselho de Segurança da ONU discutiu situação no Iêmen
Da redação, com ONU News
Depois de ataques a estruturas petrolíferas sauditas neste sábado, 14, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) discutiu a situação no país. Um enviado especial e subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários participaram no encontro. O enviado especial para o Iêmen, Martin Griffiths, disse, nesta segunda-feira, 16, que “não há tempo a perder” para avançar com “uma solução política para acabar com o conflito” no país.
O representante discursou em um encontro do Conselho de Segurança sobre o país. O subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, também fez um balanço da situação. Griffiths destacou o ataque às instalações petrolíferas na Arábia Saudita, que foi reivindicado pelos rebeldes houthis. O representante afirmou que o ataque “causou uma perturbação significativa na produção de petróleo” que “tem consequências que vão muito além da região.”
O enviado afirmou que “este incidente sério aumenta muito as chances de um conflito regional” e que “isso é, francamente, aterrorizante”. Segundo ele, o ataque “é um sinal claro de que o Iêmen parece estar se afastando ainda mais da paz que todos procuram”. O enviado afirmou que “a cada dia que continua a guerra, maior é a ameaça à estabilidade regional” e que a comunidade internacional precisa “tomar uma atitude ousada”.
Giffiths disse que é difícil destacar um evento “em uma guerra tão selvagem, ampla e complexa”, mas que é necessário “ilustrar o horror da guerra, apelar à consciência coletiva e enfatizar o terror enfrentado pelas pessoas”.
O ataque a Dhammar, no dia 1 de setembro, causou a morte de cerca de 110 pessoas e feriu mais de 43. Griffiths recordou a ação e disse que “essas ações tornam a paz mais difícil, e ainda mais necessária”. Para o enviado, os desenvolvimentos positivos no Sul do país são uma lembrança para achar “o fim urgente do conflito como um todo”. Segundo ele, também são necessários “progressos urgentes para que a guerra não se expanda”.
O enviado especial afirmou ainda que existe “a ameaça” de que o conflito “se transforme em algo que ameaça a própria existência do Iêmen”.
Avanços
Apesar das dificuldades, Martin Griffiths destacou “alguns progressos limitados” no último mês. Ele disse que “as partes deram mais alguns passos no sentido de aplicar o Acordo de Estocolmo”, que a implementação do Acordo de Hodeida “avança devagar, mas com propósito”.
Comunidade
O subsecretário-geral das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários, Mark Lowcock, começou condenando os ataques de sábado. O representante lembrou, depois, a nota presidencial que o Conselho de Segurança aprovou no final de agosto. Na declaração, o Conselho destacava quatro prioridades: respeito pela lei humanitária, acesso humanitário desimpedido, financiamento de ajuda humanitária, e, por fim, apoio à economia nacional.
O representante afirmou que “não se está mais perto de cumprir os objetivos definidos e, em alguns casos, mais distante”. Em relação à lei humanitária, ele disse que vários incidentes causaram mortos e feridos entre civis e infraestrutura. Quanto ao acesso humanitário, informou que “o ambiente operacional para as agências de ajuda talvez nunca tenha sido tão ruim”.