As agências ligadas à Organização das Nações Unidas (ONU) advertiram nesta sexta-feira,19, que a onda de violência, que domina o Haiti, impede que ações emergenciais sejam executadas. As agências informaram que estão sem condições de prestar atendimento de saúde aos contaminados pelo cólera e demais doentes, assim como não há meios de distribuir água, alimentos e material de higiene. Nos últimos dias, houve protestos contra a presença de militares das forças de paz da ONU, que são comandadas pelo Brasil.
Para os manifestantes, as tropas do Nepal são responsáveis pela epidemia de cólera no Haiti. Mais de 1,1 mil pessoas morreram e 17 mil estão infectadas, segundo os últimos dados do Ministério da Saúde do país. Há casos de contaminação nas dez regiões do país. As informações são da agência de notícias das Nações Unidas.
“O número de mortes por cólera aumenta e a situação de insegurança impediu que os artigos chegassem aos que mais precisam deles, como as crianças desnutridas, as gestantes e os idosos", disse a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS ), Lea Guido.
A insegurança também impede a distribuição de refeições para 190 mil crianças e 35 mil gestantes, segundo o Programa Alimentar Mundial (PAM). “Se a violência continuar, os mais vulneráveis é que pagarão o preço”, disse a representante do PAM no Haiti, Myrta Kaulard. Ela lembrou que não há segurança para a distribuição água, sabão e pastilhas de purificação – fundamentais para o combate do cólera.
O enviado da ONU ao Haiti, Edmond Mulet, apelou para que os manifestantes cessem os bloqueios nas estradas, nas pontes e no aeroporto. Segundo ele, se não ocorrer isso, a assistência humanitária será prejudicada. "Cada segundo que passa pode salvar ou destruir milhares de vidas".
Na semana passada, as agências das Nações Unidas e seus parceiros apelaram para que a comunidade internacional providencie doação de US$ 164 milhões para promover ações de combate ao cólera. Para os especialistas, é fundamental providenciar mais equipes de saúde, medicamentos e equipamentos de purificação de água.
A porta-voz do Escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, Elisabeth Byrs, destacou hoje que esta ajuda é fundamental. "É essencial que todas as agências das Nações Unidas e as organizações não governamentais intensifiquem os esforços e continuem com o trabalho feito, mas isso é difícil sem materiais.
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