Acontece em Roma o primeiro encontro das Organizações Não-Governamentais (ONGs) de inspiração católica.
Participam 85 ONGs que no âmbito internacional têm como ponto de referência o ensinamento evangélico e a doutrina social da Igreja.
Trata-se de um importante momento de recíproco conhecimento, e uma ocasião relevante para promover o diálogo e a colaboração das ONGs entre si e com a Santa Sé sobre os atuais temas globais e sobre os desafios e oportunidades que implicam.
Neste sábado Bento XVI recebeu em audiência no Vaticano os participantes., salientando no discurso que lhes dirigiu que a cooperação internacional não pode impor estilos de vida que espezinham o valor da vida.
O Papa chamou a atenção das Organizações não Governamentais para o perigo de perder de vista na sua ação de assistência a referência aos valores éticos.
As discussões internacionais – é a denuncia do Papa – parecem caracterizadas por uma lógica relativista que desejaria considerar como única garantia de uma pacifica coexistência entre os povos a recusa a admitir a verdade sobre o homem e a sua dignidade.
Bento XVI recorda ao contrário a necessidade de uma ética baseada no reconhecimento de uma lei moral natural. Ignorá-la – afirmou – levou na realidade á imposição de uma noção da lei e da politica que no fim de contas gera sim um consenso entre os Estados, mas condicionado por interesses de breve alcance, ou manipulado pela pressão ideológica, a única verdadeira base das normas internacionais.
Segundo Bento XVI os frutos amargos desta lógica relativista, infelizmente são evidentes: pensemos por exemplo, na tentativa de considerar como direitos humanos as consequências de certos estilos de vida auto-centrados; a falta de preocupação pelas necessidades econômicas e sociais das nações mais pobres; o desprezo pela lei humanitária e a defesa seletiva dos direitos humanos.
Encorajo-vos – concluiu o Papa dirigindo-se ás ONG’s católicas – a combater o relativismo de uma maneira criativa, apresentando a grande verdade sobre a inata dignidade do homem e os direitos derivados desta dignidade, como um conjunto de princípios éticos que, por sua natureza e pelo papel de fundamento da vida social, permanecem não negociáveis.