Esclarecimentos

Observador da Santa Sé faz discurso na ONU sobre tortura

Bispo ressalta importância da Convenção contra a tortura, mas alerta para a manipulação ideológica de algumas entidades das Nações Unidas

Da Redação, com Agências

Observador da Santa Sé faz discurso na ONU sobre tortura

Dom Silvano Tomasi fará novo pronunciamento na tarde desta terça-feira, 6 / Foto: Rádio Vaticano

O observador permanente da Santa Sé junto à ONU, Dom Silvano Tomasi, realizou, nesta segunda-feira, 5, uma colocação sobre o combate à tortura. A intervenção ocorreu durante uma sessão do 52° Comitê da ONU sobre a Convenção contra a Tortura (CAT),  realizada em Genebra, Suíça.

Segundo o bispo, a Santa Sé considera a Convenção uma ferramenta válida para o combate à tortura, que constitui uma grave ofensa contra a dignidade humana, porém, advertiu sobre interpretações erradas a respeito do alcance desta ferramenta.

“O encontro desta manhã foi aberto e sereno. Agora, estamos preparando as respostas para amanhã, de modo a esclarecer, do ponto de vista jurídico, as responsabilidades da Santa Sé, seja na aplicação da Convenção contra a Tortura, seja no que diz respeito aos crimes cometidos contra os menores por parte de membros da Igreja”, afirmou Dom Tomasi em entrevista à Rádio Vaticano.

O bispo esclareceu que existe uma tentativa ideológica de manipular o diálogo sobre a tortura e o texto da convenção, apontando os casos de abuso sexuais cometidos por membros do clero como casos também de tortura.

Segundo Tomasi, a Convenção tem um caráter diferente do que tem sido expressado por algumas ONGs, interessadas em enquadrar os casos de pedofilia de modo polêmico e sem levar em consideração todos os esforços da Santa Sé em combatê-los.

Dom Tomasi reafirmou o empenho da Igreja Católica em prevenir e combater qualquer tipo de abuso contra os menores, e que muito foi feito nos últimos anos para alcançar este objetivo. O bispo informou que, do mesmo modo, os esforços para combater a tortura e todo tipo de violação da dignidade humana têm sido realizados.

O observador esclareceu ainda, que o Vaticano possui, como qualquer outro Estado, a jurisdição sobre as estruturas e pessoas pertencentes ao seu território, mas não sobre todos os membros da Igreja católica. “São duas coisas diferentes: a jurisdição legal e a responsabilidade moral”, explicou o bispo.

O assunto foi abordado devido ao questionamentos sobre a aplicação das convenções assinadas pela Santa Sé e o alcance de suas implicações.

Na tarde desta terça-feira, 6, o observador fará um outro pronunciamento, para esclarecer as dúvidas dos participantes do Comitê.

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