Assistindo pela TV, o noticiário sobre os incêndios na California, nas proximidades de San Diego, o qual iniciou na mata, na última terça-feira, e que por causa do vento, destruiu milhares de casas, resolvi escrever chocada com a seguinte cena:
Uma jovem senhora, chorando, contava que quando saiu de sua casa, antes da casa ser incendiada, pegou poucos pertences seus, do seu marido e de sua filha de 9 meses, e triste porque havia esquecido de pegar as fitas de video que continham as primeiros momentos de sua filha, aí encontrou um senhor que lhe perguntou se stava tudo bem, ela respondeu: “Não sei por onde começar”, entao esse bondoso voluntário pegou US$ 100 (cem doláres) do seu bolso e disse: "comece com isso". Ela dizia, "foi um anjo que Deus enviou naquele momento de dor, porque depois ele desapareceu".
Quero ressaltar aqui a generosidade e a bondade de alguns americanos em relação ao sofrimento do outro. Diante das grandes tragédias ou perda de pessoas, eles se mobilizam, viajam, pegam avião e se oferecem como voluntários para ajudar. O sofrimento faz com que saíamos de nós mesmos, do nosso individualismo e egoísmo. Como é bom olhar para um povo e ver as suas qualidades e não somente os seus defeitos!
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Lembrei da Carta Apostólica do Papa João Paulo II, a "Salvifici Doloris" ("Sobre o sentido cristão do sofrimento humano"), que diz: “O sofrimento humano suscita compaixão… a necessidade do coração impõe-nos vencer a timidez.” Talvez aquela jovem senhora jamais pegaria dinheiro de alguém, mas diante da situação de sofrimento, ela ouviu o seu coração e venceu a timidez, o gesto de amor acalentou a sua dor.
O Papa explica o sentido do sofrimento: “No fundo de cada sofrimento experimentado pelo homem, aparece inevitavelmente a pergunta acerca do sentido: por quê? Para perceber a verdadeira resposta ao ‘por que’ do sofrimento, devemos voltar a nossa atenção para a revelação do amor divino, fonte última do sentido de tudo aquilo que existe. O Amor ainda é a fonte mais plena para a resposta à pergunta acerca do sentido do sofrimento. Cristo responde a esta pergunta, sobre o sofrimento, e sobre o sentido do sofrimento, não apenas com o seu ensino, mas primeiro que tudo, com seu próprio sofrimento”.
Todos nós como cristãos devemos procurar ser altruistas, sofrer com o outro; não podemos ficar indiferentes a dor do irmão, independente de raça, de cor ou de religião. O sofrimento é vencido pelo amor.
João Paulo II ainda acrescenta: “A parábola do Bom Samaritano indica qual deve ser a relação de cada um de nós para com o próximo que sofre. Não nos é permitido ‘passar adiante’, com indiferença; mas devemos ‘parar’ junto dele. Parar, neste caso, não significa curiosidade, mas disponibilidade. Bom Samaritano é todo o homem sensível ao sofrimento de outrem, o homem que ‘se comove’ diante da desgraça do próximo. É necessário, cultivar em si próprio esta sensibilidade do coração, que se demonstra na compaixão por quem sofre.”
Oremos pelos americanos que estão em situação de calamidade, onde muitos perderam casas, movéis, objetos valiosos, fotos, lembranças que ficaram guardadas somente na memória e no coração. Restou a esperança, mais o amor do próximo, somada ao essencial: a Vida, dom de Deus!
