Uma vez, no sul de Minas, em um encontro de jovens, alguém me perguntou: “- Padre, até onde eu posso ir, sem pecar”? : Respondi-lhe: “- Até onde você pode enfiar uma agulha por debaixo da unha sem morrer”? O fariseu não saberia fazer um ato espontâneo de amor. Ele é minimalista: pratica a lei no seu mínimo necessário.
O credor não saberia parcelar a dívida. Ele é um implacável comerciante! O fariseu e o credor mau desconhecem o amor. Não sabem amar. Não são capazes do amor. O pecado é ausência de amor. Quem ama não peca. Quem ama não deixa triste a pessoa amada.
Quem ama a Deus não O deixa triste!
Como o pecado é pobreza de amor, o perdão é riqueza de amor! Deus não sabe não perdoar porque Ele, por Sua própria natureza é Amor, é perdão. Deus não é justo porque é bom. Deus é bom porque é justo. A justiça de Deus não é punição. A justiça de Deus é Amor, é misericórdia, é perdão!
Nos noticiários da TV, quando acontece alguma violência , é comum ver os parentes da vítima a pedir justiça, no sentido de punição dos culpados. Criamos a idéia que justiça é castigo dos maus, é castigo dos erros.
Para nossa alegria e felicidade, a justiça de Deus é perdão, é amor, é paciência, é ternura, é misericórdia. Deus é tardo na ira, lento para castigar (Salmo 145, 8). O perdão é a riqueza do amor!
O perdão nasce de um encontro entre a fé da pessoa que se abre a Deus e o dom que Cristo faz de si mesmo, por sua morte na cruz. Cristo abre mão de Sua vida, morre por amor à humanidade.
O pecado é o amor a si mesmo. O pecado é o fechamento do homem em si mesmo, buscando, a qualquer custo tudo o que pode dar-lhe satisfação, prazer, ainda que passageiro e fugaz. O amor é a doação de si ao outro. Cristo se doa até a morte. O pecado é o esmagamento do outro a serviço de si próprio. Danem-se os outros!
Pecado é morte. Perdão é vida. Pecado é egoísmo, perdão é ser para os outros, é amar!