"Que São Martinho nos ajude a compreender que somente através de um comum empenho de partilha, é possível responder ao grande desafio do nosso tempo: isto é, construir um mundo de paz e de justiça, no qual cada homem possa viver com dignidade", disse o Papa Bento XVI antes da oração do Ângelus deste domingo.
"Isto pode acontecer – salientou o Papa – se prevalecer um modelo mundial de autêntica solidariedade, capaz de assegurar a todos os habitantes do planeta o alimento, a água, os cuidados médicos necessários, mas também o trabalho e os recursos energéticos, bem como os bens culturais, o saber científico e tecnológico.
Junto aos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, Bento XVI se referiu ao santo que a Igreja celebra neste dia 11, São Martinho de Tours, "um dos santos mais célebres e venerados da Europa. São Martinho – recordou – é famoso sobretudo por um ato de caridade fraterna: ainda jovem soldado, encontrou pelo caminho um pobre tremendo de frio, pegou sua própria capa e cortando-a em duas com a espada, deu metade àquele homem e durante a noite apareceu-lhe em sonho Jesus sorridente, envolvido em sua capa".
"Queridos irmãos e irmãs – explicou o Papa – o gesto caridoso de São Martinho inscreve-se na mesma lógica que levou Jesus a multiplicar os pães para as multidões famintas. Mas sobretudo a deixar a si próprio em alimento à humanidade na Eucaristia, Sinal supremo do amor de Deus, o 'Sacramentum caritatis'".
"A Virgem Maria ajude todos os cristãos a serem como São Martinho, testemunhas generosas do Evangelho da caridade e construtores incansáveis de partilha social".
Após a oração do Ângelus, o Papa referiu que a Assembléia Nacional libanesa proximamente será chamada a eleger o novo Chefe de Estado. Como mostram as numerosas iniciativas empreendidas nestes dias – recordou Bento XVI – trata-se de uma passagem crucial da qual depende a própria sobrevivência do Líbano e das suas instituições.
"Faço minhas as preocupações expressas recentemente pelo Patriarca maronita Sua Beatitude o Cardeal Nasrallah Sfeir, e os seus votos de que no novo Presidente possam reconhecer-se todos os libaneses".
Juntos supliquemos Nossa Senhora do Líbano, para que inspire a todas as partes interessadas, a necessária indiferença dos benefícios pessoais e uma verdadeira paixão pelo bem comum".
O Papa recordou depois que, neste Domingo, se celebra na Itália o Dia do agradecimento que tem como tema: "guardião de um território amado e servido".
"De fato nos nossos dias – disse o Papa – os agricultores são, não apenas produtores de bens essenciais, mas também o guardião do ambiente natural e do seu patrimônio cultural. Portanto, enquanto damos graças a Deus pelos dons da criação, rezamos para que os trabalhadores da terra possam viver e trabalhar em serenidade e prosperidade e cuidar do ambiente para o bem de todos".
O Santo Padre saudou de maneira especial a comunidade argentina de Roma, presente na Praça de São Pedro por ocasião da beatificação de Ceferino Namuncurá que acontece hoje, em Chimpay, na Argentina, onde a celebração será presidida pelo cardeal Secretario de Estado Tarcisio Bertone.
Falando em espanhol o Papa deu graças ao Senhor pelo testemunho extraordinário daquele jovem estudante de 19 anos que animado pela sua devoção a Eucaristia e pelo seu amor a Cristo, desejava ser salesiano e sacerdote para mostrar o caminho para o céu aos seus irmãos mapuches.
"Com a sua vida ilumina o nosso caminho para a santidade, convidando-nos a amar os nossos irmãos com o amor com o qual Deus nos ama. Peçamos a Maria Auxiliadora que o exemplo do Novo Beato, produza frutos abundantes de vida cristã, principalmente entre os jovens".