Na Missa de hoje, Santo Padre disse que é preciso ser humilde e manso para compreender o mistério de Deus; pobreza é dom privilegiado nesse caminho
Da Redação, com Rádio Vaticano
Só se pode compreender o mistério de Jesus percorrendo o caminho da humildade e da mansidão. Foi o que afirmou o Papa Francisco na homilia desta terça-feira, 2, celebrada na Casa Santa Marta, onde o Pontífice reside.
Os olhos de um pobre são os mais aptos a ver Cristo e, através Dele, distinguir o perfil de Deus. Os outros que pretendem sondar este mistério com os recursos da própria inteligência devem, antes, colocar-se “em joelhos”, em atitude de humildade. Caso contrário, não poderão entender nada, explicou o Papa.
Francisco reiterou a verdade e o paradoxo do mistério da Boa Nova: o Reino do seu Pai é dos “pobres em espírito”. A reflexão do Pontífice seguiu o trecho do Evangelho de Lucas proposto pela liturgia, no ponto em que Cristo louva e agradece ao seu Pai porque decidiu revelar-se a quem não conta nada para a sociedade ou a quem conta, mas sabe fazer-se “pequenino” na alma.
“Ele nos faz conhecer o Pai, nos faz conhecer esta vida interior que Ele tem. Mas para quem o Pai a revela? A quem dá esta graça? ‘Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos’. Somente aos que têm o coração como os pequeninos, que são capazes de receber esta revelação, o coração humilde, manso, quem sente a necessidade de rezar, abrir-se a Deus, se sente pobre; somente a quem vai avante com a primeira Beatitude: os pobres de espírito”.
Nesse sentido, o Santo Padre disse que a pobreza é o dom privilegiado para abrir a porta do mistério de Deus e é um dom que às vezes pode faltar a quem dedica uma vida de estudos a este mistério.
“Muitos podem conhecer a ciência, a teologia também, muitos! Mas se não fazem essa teologia de joelhos, isto é, humildemente, como pequeninos, não vão entender nada. Vão nos dizer muitas coisas, mas não vão entender nada. Somente esta pobreza é capaz de receber a Revelação que o Pai dá através de Jesus, por meio de Jesus. Jesus vem, não como um capitão, um general de exército, um governante poderoso, não, não. Vem como um broto. Foi o que ouvimos na primeira leitura”.
Francisco destacou que Jesus é o primeiro dos marginalizados. Segundo ele, a grandeza do mistério de Deus se conhece somente no mistério de Jesus, que é precisamente o de abaixar-se, aniquilar-se, humilhar-se.
“Pedimos ao Senhor, neste tempo do Advento, para nos aproximarmos mais, mais, mais do seu mistério e de fazê-lo no caminho que Ele quer que façamos: o caminho da humildade, da mansidão, da pobreza, o caminho de sentir pecadores. Então, Ele vem nos salvar, nos libertar. Que o Senhor nos conceda esta graça”.