O novo secretário de Estado do Vaticano, Dom Pietro Parolin, assumirá o cargo nesta terça-feira, 15. A Secretaria de Estado era liderada pelo Cardeal Tarcísio Bertone desde de 2006. Bertone deixa o cargo após atingir o limite de idade, 75 anos, previsto pelo Direito Canônico.
A mudança acontece em meio ao trabalhos projetados pelo Papa Francisco para a reforma da Cúria Romana. Com o auxílio de oito cardeais, o Pontífice iniciou a revisão da Constituição Apostólica Pastor Bonus, documento que descreve as funções de um secretário de Estado.
A Secretaria de Estado do Vaticano é o organismo que colabora diretamente com o Papa e coordena tanto as relações diplomáticas da Santa Sé, como os trabalhos da Cúria Romana, supervisionando a publicação e preparação de documentos pontifícios.
A origem histórica deste organismo remonta ao século XV, ligada à figura do secretário do Papa, e tem hoje as funções que lhe foram destinadas, em particular, por Paulo VI, em 1967, e João Paulo II, em 1988, através da criação da Pastor Bonus.
Em entrevista à Agência Ecclesia, o cardeal português Dom Manuel Monteiro de Castro, que trabalhou na área diplomática da Santa Sé, revelou que o papel do secretário de Estado esteve em discussão nas Congregações Gerais que antecederam o último Conclave.
"O secretário de Estado da Santa Sé, até agora, dirigia tanto os assuntos gerais, quanto as relações com os Estados. Tudo passava pelo secretário de Estado", destaca o cardeal, afirmando que esse modo de governo, traz lentidão às decisões da Secretaria.
Segundo Dom Manuel, é possível que o secretário de Estado concentre-se apenas nas questões relativas "às relações com os Estados" e que seja criado um outro cargo, para os assuntos ligados às estruturas centrais de Governo na Santa Sé.
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