A Grécia é uma das principais rotas para quem vai da Turquia em busca de asilo em barcos superlotados
Da redação, com Reuters
Segundo a guarda-costeira grega, 23 migrantes foram resgatados nesta terça-feira, 26, enquanto tentavam chegar à Grécia saindo da Turquia. Quatro morreram, sendo três deles crianças.
A Grécia é uma das principais rotas de entrada na União Europeia para quem busca asilo e sai da Turquia em frágeis barcos de borracha superlotados. Mas o número de chegadas caiu drasticamente nos últimos anos e os naufrágios mortais se tornaram raros.
O barco afundou na ilha grega de Chios, onde ventos fortes sopravam, como foi divulgado pela guarda costeira em um comunicado oficial.
Vinte e duas pessoas foram resgatadas e acredita-se que uma pessoa esteja desaparecida. A nacionalidade dessas pessoas não foi divulgada.
A guarda costeira publicou um vídeo da operação de resgate, mostrando um migrante sendo puxado em segurança das águas agitadas e vários outros cobertos por cobertores térmicos a bordo do barco de resgate da guarda costeira.
“O barco em questão tinha saído da costa turca carregado com um grande número de passageiros. Este fato, combinado com as condições climáticas adversas, levou ao desprendimento do casco”, informaram as autoridades.
O Ministro da Migração, Notis Mitarachi, tuitou antes que quatro crianças morreram afogadas. “Esta é a realidade da exploração de migrantes por gangues de criminosos no Egeu”, escreveu Mitarachi.
“Ouço seus gritos”
Na oração mariana dominical do Angelus deste domingo, 24, o Papa Francisco mencionou a situação trágica dos migrantes e refugiados ao longo do mundo — especialmente dos líbios, após barcos serem vistos à deriva no Mediterrâneo com 68 pessoas a bordo.
“Nunca esqueço de vocês, ouço o seu grito e rezo por vocês”, disse o Santo Padre.
Quase 1 milhão de pessoas, especialmente refugiados sírios, chegaram à União Europeia em 2015 após cruzarem as ilhas gregas próximas à Turquia.
Cerca de 6.500 requerentes de asilo chegaram à Grécia este ano, a maioria por meio da fronteira terrestre no nordeste com a Turquia, de acordo com dados da agência de refugiados das Nações Unidas, a ACNUR.