Padroeira da Congregação Redentorista tem história que remonta ao Evangelista Lucas, e sua tradição segue até hoje, perpassando a devoção de fiéis em todo o mundo
Ronnaldh Oliveira
Da redação
Nesta segunda-feira, 27, a Igreja celebra a festa de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, padroeira da Congregação Redentorista. O ícone original da Imagem está localizada em Roma no altar central da Igreja dedicada a Santo Afonso.
A celebração mariana com o título de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro relembra a cooperação de Maria na obra de salvação dos homens. Tornando-se mãe da humanidade, essa maternidade é perenemente afetiva e é efetiva. Desse modo, o ícone venerado recebe popularmente o título de “Senhora do Perpétuo Socorro”.
As origens do ícone datam de tempos imemoriáveis relacionado à ilha de Creta. Uma tradição popular conta que o mesmo fora feito pelo evangelista Lucas. O título original é “Virgem da Paixão”, pois no conjunto de elementos são vistos os sinais da Paixão apresentados pelos dois arcanjos. No final do século XV, o ícone foi levado de Creta para Roma e piedosamente exposto na então Igreja de São Mateus, sendo Pontífice na época Alexandre VI. A imagem foi ali venerada por mais de 300 anos
Posteriormente, esta igreja foi totalmente destruída, sendo o ícone milagrosamente salvo, mas permanecendo muito tempo escondido entre os escombros e depois numa capela interna dos agostinianos
Sendo redescoberto, é novamente exposto à veneração pública em 26 de abril de 1866 na Igreja de Santo Afonso, na mesma via Merulana, pertencente à Congregação do Santíssimo Redentor, local onde está situada a casa geral dos religiosos, construída sobre as ruínas da antiga Igreja de São Mateus. Na ocasião, o Papa Pio IX confiou o ícone aos religiosos com o seguinte mandato: “Façam-na conhecida no mundo inteiro”.
A devoção no Brasil
A devoção no Brasil remonta à chegada dos missionários redentoristas provenientes de vários países europeus que sucessivamente foram ocupando as várias regiões do país. Os primeiros chegaram a São Paulo no ano de 1894, oriundos da Baviera. O principal meio de divulgação e cultivo da devoção são as chamadas “Novenas Perpétuas” celebradas semanalmente nas igrejas conventuais e paroquiais com grande afluência de fieis que narram numerosas graças espirituais e corporais alcançadas.
Os Redentoristas e a Devoção
O atual promotor vocacional da Vice Província de Fortaleza e residente em Altos no Piauí, o padre Marcos Paulo Alves, C.Ss.R. afirma que, pessoalmente, a sua proximidade com esse título mariano se deu antes mesmo de ingressar na Congregação. “ Ainda pequeno, na minha paróquia de origem, tínhamos o costume de todas as quartas-feiras rezarmos a novena perpétua a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Usávamos o mesmo texto da novena rezada pelos redentoristas em Fortaleza. Nesta época eu nem sabia da relação da devoção com a nossa congregação.”
“No vocacional, já com meus 18 anos, vi essa relação e constatei que até a novena era idêntica. De forma particular, em qualquer aflição presente na minha vida, me coloco diante do ícone em uma de nossas capelas ou igrejas e faço minha súplica, e constato que sempre sou socorrido, fazendo jus ao título,” enfatiza.
Entre os redentoristas, hoje é um dia festivo, onde celebram a Eucaristia e se confraternizam entre irmãos. Na ocasião, aproveitam para levar o povo de Deus nas proximidades de suas casas a celebrarem também. “Nossas constituições ordenam a cada confrade a ter um profundo amor a este título mariano. Em várias de nossas províncias, temos santuários dedicados à Mãe do Perpétuo Socorro nos quais hoje está havendo uma intensa programação festiva”, concluiu padre Marcos.