Solidariedade

Noruega: iniciativa da Caritas ajuda a combater solidão durante pandemia

Campanha nasceu a partir de estudo sobre qualidade de vida e saúde mental durante a pandemia

Da redação, com Vatican News

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Campanha na Noruega visa diminuir solidão na pandemia./ Imagem de Sabine van Erp por Pixabay

“Ligue para 5 pessoas que necessitam – #ring5″ para ajudar a superar a solidão e as necessidades de pessoas isoladas ou solitárias. Esta é a campanha lançada pela Caritas Noruega um ano após o início da pandemia, o medo do contágio e o confinamento forçado, que tem levado muitas pessoas à tristeza e ao desespero, mas, acima de tudo, a perder a alegria de viver.

“Vou reservar um tempo para ligar para pelo menos 5 pessoas que acho que podem ter necessidades sociais não atendidas e vou me alegrar em falar com elas”, disse o Dom Bernt Eidsvig, bispo da Diocese de Oslo em uma mensagem em vídeo, para lançar a iniciativa da Caritas Noruega como antídoto para a solidão.

Estudo

A campanha nasceu a partir dos dados de um estudo do Instituto Nacional de Saúde Pública, realizado no outono de 2020, sobre qualidade de vida e saúde mental durante a pandemia. As respostas – refere uma nota publicada no site da Igreja no país nórdico – confirmaram o que se presumia há muito tempo: muitas pessoas lutam contra a solidão e uma em cada quatro responde que não está feliz com a vida. Solteiros, estudantes e migrantes estão entre os mais afetados.

“Ligue para 5 pessoas que necessitam, agora durante as festividades da Páscoa”, foi o apelo da secretária geral da Caritas Noruega, Martha Skretteberg, que juntamente com Dom Eidsvig, recorda que não é necessário ser especialista, que é possível ajudar com atenção e caridade. Em particular, a agente da Caritas refere-se à solidão dos migrantes, porque embora a pandemia tenha deixado sua marca na vida de todos, os migrantes a sentiram com mais força.

“Muitos dos que atendemos na Caritas não têm uma rede afetiva ou familiar na Noruega, falam mal norueguês e têm maior probabilidade de perder o emprego ou ter problemas financeiros. Isso os torna mais vulneráveis agora. Estamos em contato com muitos que nos dizem que estão lutando mentalmente e se sentem sozinhos. Muitas pessoas também sentem falta de suas famílias que moram em seus países de origem, especialmente aquelas que têm filhos em outro país e não podem viajar para visitá-los”, explica Skretteberg.

Solidariedade

Mais de um ano se passou desde que a pandemia Covid-19 surgiu, e as autoridades tiveram que implementar medidas rigorosas de controle de contágios e difíceis de manter. “Todos nós temos medo. Muitos foram infectados, vários ficaram gravemente doentes e aproximadamente 660 pessoas perderam a vida na Noruega”, explica o bispo de Oslo, ao constatar que se trata de “uma prova de resistência”.

Segundo o prelado, nos primeiros meses, o novo desafio gerou expectativas e foi até visto como uma oportunidade para colocar em dia atividades e coisas que ficavam de lado na correria do dia a dia. “Parecia que tudo ia bem até chegar o outono. Agora, falamos do próximo outono e isso incomoda a todos”, admite o bispo católico de Oslo.

O prelado norueguês expressou que a maior preocupação é que as pessoas fiquem “letárgicas”, melancólicas, ou que evitem seguir as regras necessárias para o controle do contágio, porque as restrições levam à solidão.

“É verdade – diz o bispo no vídeo -, eu mesmo já senti isso”, recordando que muitos ficam em casa sozinhos, simplesmente porque moram sozinhos. Neste sentido, o convite do prelado a se conectar telefonicamente com as pessoas que estão sós, porque ‘bastam dois para ter uma vida social rica’, conclui Dom Eidsvig.

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